Fuso Insular volta a São Miguel para pensar criticamente o mundo através da videoarte
22 de out. de 2024, 16:37
— Lusa/AO Online
“Podemos esperar,
desta que já é a sexta edição do Fuso Insular, obras no campo da imagem
em movimento que fazem com que as pessoas pensem criticamente o mundo
que nos cerca”, começa por dizer Rachel Korman, da organização, em
declarações à agência Lusa.A sexta edição
do festival, que passa pelas cidades de Ponta Delgada e Ribeira Grande,
vai apresentar o mais recente filme da realizadora Catarina
Mourão, “Astrakan 79”, numa “estreia absoluta nos Açores”.A
organização do Fuso Insular está dividida em quatro sessões: uma
dedicada às produções internacionais, outra às nacionais, um ciclo de
cinema de autor e uma sessão que resulta do programa de residências
realizado nos Açores com artistas locais, designado Laboratório Imagem
em Movimento.“O Laboratório Imagem em
Movimento é a nossa pérola. É muito importante. Já vai na quinta edição.
Todos os anos fazemos uma chamada aberta para as pessoas que têm
interesse na área da imagem em movimento. Não precisa de ser artista ou
de ter conhecimento. É um trabalho de muita entreajuda”, detalha Rachel
Korman.O festival arranca na quinta-feira,
às 21h30, na Igreja do Colégio, em Ponta Delgada, com a exibição dos
vídeos "Funk Staden" (2007), "O Espelho e a Tarde" (2011) e "O Avesso do
Céu" (2023), que evocam uma “perspetiva da história, do início da era
colonial até aos dias de hoje” no Brasil, com a presença do artista
Maurício Dias.Na sexta-feira, também na
Igreja do Colégio, vão ser projetados “filmes selecionados e premiados
no concurso” do Fuso Lisboa 2024, com curadoria de Jean-François
Chougnet, que vai estar presente na sessão.No
sábado, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, vão ser
apresentadas as obras dos participantes na residência Laboratório Imagem
em Movimento, realizada durante o verão a partir de um “processo
colaborativo entre os participantes”.Ana
Luísa Cabral, o coletivo Atelineiras, Catarina Fernandes, Maria Emanuel
Albergaria, Maria João Sousa, Sandra Medeiros e Willian da Fonseca
“propuseram ideias, criaram guiões, captaram imagens e sons”, tendo o
“território açoriano como denominador comum”.Para
a organizadora, as sucessivas edições do festival permitiram “criar
públicos” e “ajudar na formação”, formando um “pequeno acervo de 36
obras em vídeo produzidas nos Açores”.“O
Fuso Insular vem de um histórico do FUSO de Lisboa que é um festival que
já tem 16 anos. Quando viemos para os Açores percebemos que não havia
esse conhecimento na área da videoarte, que tem especificidades, apesar
de ser um campo muito amplo”, recorda.O
último dia do festival, que vai acontecer no Arquipélago, será dedicado a
Catarina Mourão, com a exibição do "Astrakan 79", obra onde a
realizadora “explora a temática dos segredos de família e tabus que vão
atravessando gerações”.