Furacão Laura faz a primeira vítima mortal no Louisiana
27 de ago. de 2020, 17:49
— Lusa/AO Online
“Acho que não será a
última, embora reze para que não haja mais”, afirmou o governador John
Bel Edwards à cadeia televisiva MSNBC, confirmando a primeira morte ao
mesmo tempo que o furacão tem perdido força.O
furacão atingiu o continente na categoria 4 (de 5) por volta das 01:00
locais (07:00 em Lisboa) na cidade costeira de Cameron, perto da
fronteira com o Texas, no golfo do México, com ventos sustentados de 240
quilómetros por hora, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, na
sigla em inglês).Isto torna-o o mais
poderoso a atingir o Estado de Louisiana em mais de um século e meio, de
acordo com dados compilados pelo investigador de furacões na
Universidade do Colorado, Philip Klotzbach.À
medida que o dia começava na região, as primeiras imagens mostravam os
habituais cenários de desolação: árvores e linhas elétricas no chão,
prédios destruídos, telhados rasgados, ruas inundadas ou cobertas de
escombros.Mais de 650.000 pessoas ficaram
sem eletricidade esta manhã nos Estados do Louisiana e Texas, de acordo
com o portal PowerOutage.us.Vídeos
publicados na rede social Twitter pelo “caçador de tempestades” Reed
Timmer testemunham a violência dos ventos, que estilhaçaram as janelas
de vários prédios no centro de Lake Charles, uma cidade do Louisiana
conhecida pelas refinarias de petróleo, o principal recurso económico da
região.“Os danos são significativos”,
indicou o governador John Bel Edwards à CNN, observando que o vento
parecia ter sido mais destrutivo do que as esperadas inundações
provocadas pela chuva abundante.De acordo
com o último boletim do NHC, às 15:00 em Lisboa, o furacão enfraqueceu
consideravelmente após atingir o continente, com ventos sustentados de
140 quilómetros por hora, que o rebaixou para a categoria 1 na escala
Saffir-Simpson.Mas os meteorologistas
continuam a alertar para as inundações, principalmente no interior,
enquanto o Laura continuava para norte em direção ao Arkansas, onde deve
chegar na próxima noite.“Vai demorar vários dias após a passagem da tempestade para que as águas baixem”, alertou o NHC.O
Presidente norte-americano, Donald Trump, tem estado regularmente
informado sobre a situação e comprometeu-se a disponibilizar todos os
meios federais necessários para “resgatar pessoas em perigo” e “apoiar
as regiões afetadas”, segundo um comunicado da porta-voz da Casa Branca.Quinze
anos depois do furacão Katrina, que devastou Nova Orleães e deixou a
sua marca no Louisiana, as autoridades locais apelam à população para
ser extremamente cautelosa.O NHC pediu aos
residentes para se prepararem para a chegada de Laura como se fosse um
tornado, ficando longe de janelas, debaixo da mesa e protegidos com
colchões ou cobertores.Mais de 1,5 milhões
de pessoas estavam sob ordens de retirada das suas áreas de residência
no Louisiana e Texas, este um dos Estados norte-americanos mais afetados
pela pandemia de covid-19.Novos
protocolos tiveram de ser colocados em prática em centros de acolhimento
de emergência, de forma a serem capazes de respeitar as barreiras de
distanciamento da forma mais eficaz.A
temporada de furacões no Atlântico, que oficialmente é de 01 de junho
até 30 de novembro, promete ser particularmente intensa este ano. O NHC
espera 25 depressões, sendo Laura a 12.ª.A
passagem do furacão no Haiti e na República Dominicana causou grandes
inundações que provocaram a morte de, pelo menos, 25 pessoas.