Fundações e grupos de reflexão pedem solução para crise dos refugiados na Europa

15 de mar. de 2016, 17:51 — Lusa/AO Online

  “Os líderes europeus têm de implementar soluções comuns em toda a Europa para a crise dos refugiados. Só soluções conjuntas poderão reduzir de forma credível e eficaz o sofrimento humano cada vez maior e a turbulência social e política”, reivindicam as fundações e os grupos de reflexão reunidos sob a égide do consórcio Vision Europe Summit. Em carta aberta, as sete organizações – Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal), Bertelsmann Stiftun (Alemanha), Bruegel (Bélgica), Finnish Innovation Fund Sitra (Finlândia), Compagnia di San Paolo (Itália), Chatham House (Reino Unido) e Jacques Delors Institute (França) – vincam “a necessidade de agir agora” e comprometem-se a concentrar esforços, durante 2016, no “desenvolvimento de soluções práticas para a atual crise dos refugiados”. Reconhecendo que “a crise dos refugiados representa um sério desafio”, os sete parceiros realçam que “a incapacidade” para o gerir se traduz em “graves ameaças para a coesão social e a estabilidade política”. Os sete reclama que “os países europeus tiveram já tempo suficiente para analisar e avaliar os desafios de longa duração que levaram à crise atual" e que, agora, "é chegada a altura de agir – não individualmente e à custa dos outros, mas em conjunto, num espírito de solidariedade europeia”. Lamentando a falta de consenso entre os Estados-membros da União Europeia (UE) sobre a crise dos refugiados, consideram “urgente uma abordagem europeia comum, para complementar os esforços locais e nacionais”. Para ajudar a contornar o impasse, os sete signatários propõem “uma agenda” com cinco dimensões: controlar as fronteiras externas da UE, “de modo a que apenas refugiados fugindo da guerra e de perseguições (…) possam entrar e potencialmente permanecer”; “desenvolver um sistema que permita distribuir um número muito maior de refugiados por toda a União”; “melhorar, padronizar e acelerar os processos de resposta aos pedidos de asilo”; “melhorar as condições de vida dos refugiados que ficam em países próximos dos seus países de origem”; e “acabar com os conflitos violentos que são as principais causas” do fluxo de refugiados. “Em particular, a Europa tem de investir fortemente no processo de paz na Síria”, concretizam, acreditando que “a Europa é suficientemente forte para lidar com os desafios das migrações, mas só se os líderes políticos agirem agora”.