Fundação Gulbenkian oferece material de diagnóstico do cancro da mama em Cabo Verde
11 de ago. de 2020, 16:15
— Lusa/AO Online
Segundo
a fundação, o apoio insere-se no projeto de melhoria do diagnóstico e
tratamento das doenças oncológicas em Cabo Verde, criado em 2018.O
material foi enviado para o Hospital Agostinho Neto, na Praia, e
consiste em equipamentos e consumíveis, que vão permitir a realização de
até 300 biopsias mamárias (e outras) por agulha grossa (Core Biopsy),
contribuindo para reforçar a capacidade de diagnóstico oncológico, neste
caso do cancro da mama, no país.“O
material vai permitir melhorar a qualidade e segurança dos procedimentos
pois é realizado em regime de ambulatório com anestesia local, ao
contrário da biopsia excisional, método mais invasivo”, salientou a
fundação.Além do reforço do equipamento
clínico especializado, o apoio prevê a realização de estágios de
formação de profissionais de saúde de Cabo Verde em Portugal e de
profissionais formados em Cabo Verde por profissionais de saúde
portugueses.O projeto de melhoria do
diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas nos hospitais Agostinho
Neto, na Praia, e Baptista de Sousa, no Mindelo, insere-se no Plano
Estratégico Nacional de Controlo do Cancro 2018-2022 de Cabo Verde.Segundo
dados disponibilizados em fevereiro pelo Instituto Nacional de Saúde
Pública (INSP) cabo-verdiano, o cancro mata por ano uma média de 300
pessoas em Cabo Verde, representando a segunda causa de morte e de
deslocação de doentes no país.De acordo
com a mesma fonte, os cancros mais prevalentes no país são o da mama, do
colo do útero, do aparelho digestivo e da próstata, sendo que os homens
são os que mais sofrem com a doença no país.O
instituto cabo-verdiano adiantou que apenas 10% dos cancros advém de
causas hereditárias, enquanto os restantes 90% são devido a causas
esporádicas controláveis. "O cancro é
consequência daquilo que nós fazemos", salientou o INSP, considerando,
por isso, que há um grande trabalho a ser feito na sensibilização da
população sobre os fatores de risco, que tem a ver com a alimentação
inadequada, a falta de atividade física, a obesidade, entre outros. "Reconhece-se
que há necessidade de melhorar o diagnóstico, o tratamento e os
cuidados paliativos, pois, mais de 60% dos cancros são diagnosticados em
estado avançado da doença", salientou o INSP.