Funcionários não policiais do SEF vão transitar para agência de migrações e asilo
14 de nov. de 2022, 19:17
— Lusa/AO Online
Os
dirigentes do Sindicato dos Funcionários do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (SINSEF), que representa os trabalhadores das carreiras não
policiais, tiveram hoje uma primeira reunião com a ministra dos Assuntos
Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que vai tutelar a APMA, agência que
vai substitui o SEF no tratamento de questões administrativas dos
imigrantes. O presidente do SINSEF, Artur
Girão, disse à Lusa que esta primeira reunião de trabalho com a ministra
serviu para fazer um ponto de situação sobre a transferência dos
funcionários do SEF para a APMA, bem como as expectativas em termos de
carreira dos trabalhadores que desempenham funções de âmbito
administrativo naquele serviço de segurança que vai ser extinto.Artur
Girão avançou que a intenção do Governo é ter concluída até ao final do
ano a proposta sobre a criação da APMA e que o período de transição do
SEF para a futura agência seja feito durante o primeiro trimestre de
2023.O sindicalista precisou que os cerca
de 700 funcionários não policiais do SEF vão transitar para a APMA, não
existindo qualquer problema nesta mudança de organismo porque vão
desempenhar as mesmas funções.No entanto,
Artur Girão alertou para a necessidade da APMA reforçar o número de
trabalhadores, tendo em conta que os atuais funcionários são escassos
para a quantidade de assuntos a tratar em relação aos estrangeiros
residentes em Portugal, bem como as expectativas existentes sobre a
procura do país, nomeadamente de cidadãos residentes na Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP).A
extinção do SEF foi decidida pelo anterior Governo e aprovada na
Assembleia da República em novembro de 2021, tendo já sido adiada por
duas vezes, aguardando a criação da Agência Portuguesa para as Migrações
e Asilo.As competências policiais do
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão passar para a PSP, GNR e
Polícia Judiciária, enquanto as atuais atribuições em matéria
administrativa relativamente a cidadãos estrangeiros passarão a ser
exercidas pela APMA e Instituto dos Registos e do Notariado (IRN).Artur
Girão referiu que, de uma auscultação feita aos funcionários não
policiais, “poucos trabalhadores” manifestaram interesse em transitar
para o IRN.O presidente do SINSEF disse
também que a APMA vai ficar com a mesma organização territorial do SEF,
ou seja, as cinco direções regionais no Norte, Centro, Lisboa e Vale do
Tejo, Alentejo e Algarve, além das delegações em cada distrito.Artur
Girão disse igualmente que o sindicato transmitiu à ministra a
necessidade de adotar uma nova abordagem tecnológica de atendimento de
imigrantes para evitar o atual caos nos serviços de agendamento e
manifestou preocupação relativamente às carreiras, sendo necessário
torná-las mais atrativas.Na terça-feira,
os dois sindicatos que representam os inspetores do SEF vão ter uma
reunião com o diretor nacional do SEF “com o intuito de apresentar um
ponto de situação do processo da reestruturação do SEF, tão atual quanto
possível”.Fonte do SEF confirmou à Lusa
que os inspetores do SEF vão transitar para a Polícia Judiciária, não
passando qualquer elemento para a PSP e GNR.Dos cerca de 1.000 inspetores do SEF, cerca de 600 vão para a PJ e os restantes vão para a disponibilidade (reserva).O
ministro da Administração Interna disse hoje que existe “um acordo de
princípio” entre vários organismos para a PJ receber 600 inspetores do
SEF.No âmbito da reestruturação do SEF, o
controlo aéreo será garantido pela PSP e o controlo terrestre e
marítimo, incluindo os terminais de cruzeiro, pela GNR, enquanto o
tráfico de seres humanos e imigração ilegal será da responsabilidade da
PJ.