Funcionários judiciais em protesto contra a estagnação da carreira e falta de meios humanos
10 de jan. de 2023, 17:10
— lusa
Em declarações à agência Lusa,
Helena Oliveira, do secretariado regional de Coimbra do Sindicato dos
Funcionários Judiciais, justificou o protesto defronte do STJ, em
Lisboa, pela forma como as reivindicações da classe têm sido tratadas
pelo Governo.A dirigente sindical referiu
que "é urgente" a contratação de novos funcionários judiciais, alertou
para o envelhecimento crescente desta classe profissional e para o facto
de "não haver promoções" na carreira."Há
colegas que estão há 22 anos no mesmo patamar como se tivessem
ingressado hoje na carreira", criticou a mesma dirigente sindical,
observando que existe toda uma "panóplia" de reivindicações legítimas
dos funcionários judiciais que estão a ser ignoradas pelo Ministério da
Justiça.Em sua opinião, os funcionários
judiciais estão a ser "maltratados e negligenciados", quando são "um dos
pilares da Justiça", pois sem oficiais de justiça "não há justiça" para
os cidadãos."Continuamos a ser ignorados e
não há medidas nenhumas para a Justiça", queixou-se a sindicalista,
numa altura em que se aguardava ainda, no interior do STJ, que a
ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, discursasse na sessão
de abertura do ano judicial, que contou também com intervenções da
bastonária da Ordem dos Advogados, Procuradora-Geral da República,
presidente do STJ, presidente da Assembleia da República e, por último,
do Presidente da República. Questionada
sobre o andamento das negociações com o ministério da Justiça, a
responsável sindical indicou que as mesmas "estão paradas". O SFJ reivindica ainda um novo Estatuto da classe e a melhoria de questões remuneratórias.Ao
mesmo tempo, decorria uma vigília organizada pelo Sindicato Nacional da
Polícia (Sinapol), que reuniu cerca de meia dúzia de dirigentes
sindicais em frente ao Supremo Tribunal de Justiça, que reivindicavam a
redução da passagem à pré-reforma dos 60 para os 55 anos. A
vigília foi inicialmente convocada para exigir a publicação da lista
dos elementos da PSP que devem entrar para a pré-aposentação, mas o
Sinapol decidiu mantê-la mesmo após essa publicação e apesar da reunião
com o Ministério da Administração Interna, realizada na segunda-feira,
em que a tutela reconheceu as suas reivindicações, mas não apresentou
qualquer proposta de resolução, segundo o presidente do sindicato,
Armando Ferreira.