Funcionários Judiciais admitem intensificar protestos se não houver proposta concreta do Governo
13 de mai. de 2024, 10:09
— Lusa/AO Online
"Se
na reunião de dia 17 de maio não houver uma proposta que responda de
forma concreta e digna às nossas reivindicações, as greves e outras
forma de protesto serão intensificadas, incluindo a chamada 'greve aos
atos', bem como outras ações inovadoras", afirmou António Marçal, no dia
em que terminou o 9.º Congresso Nacional do Sindicato dos Funcionários
Judiciais (SFJ).Além disso, acrescentou,
"será convocada uma manifestação nacional de funcionários judiciais em
Lisboa e poderão ser feitos protestos durante a campanha eleitoral para
as europeias", marcadas para 09 de junho.De
acordo com as conclusões do IX Congresso Nacional do SFJ, que decorreu
na Anadia, Aveiro, "foi sublinhada a indignação que a proposta do atual
Governo gerou em toda a classe, bem como a desconsideração" de que os
funcionários judiciais têm sido alvo “por parte dos governos
anteriores". "A classe, reunida neste IX
Congresso, considera que o SFJ se deve manter intransigível na defesa do
que são as nossas justas reivindicações, enquanto única estrutura
efetivamente nacional de representação e defesa efetiva dos
trabalhadores do judiciário", lê-se no documento.O
congresso entendeu ainda que, além dos protestos em vigor, o "SFJ
deverá lançar mão de todas as formas de luta que continuem a dar a
devida e justa visibilidade a esta classe, por vezes, chamada dos
'invisíveis da justiça'".A estratégia
política sindical do SFJ "assenta, ‘lato sensu’, na conquista de ganhos
imediatos em termos financeiros, mas de forma justa”, e na revalorização
da profissão, “pugnando por condições de trabalho dignas que permitam
um recrutamento urgente e com sucesso de novos colegas", é referido nas
conclusões.A título de exemplo, no curto
prazo, o sindicato pretende a integração do suplemento de recuperação
processual no vencimento base, traduzindo-se num efetivo pagamento em 14
vezes; o pagamento do trabalho suplementar nos termos da lei laboral em
vigor e a criação de condições atrativas para o ingresso, nomeadamente
um suplemento de residência, é ainda indicado no documento.Até
final do ano, é acrescentado, deverá ser atribuído um suplemento pelo
dever de disponibilidade permanente e deverá iniciar-se a negociação do
novo Estatuto dos Funcionários de Justiça, "negociação essa envolvendo
as magistraturas, bem como a Ordem dos Advogados", sendo que uma
condição "inegociável" é que "ninguém ficará para trás", pelo que "todos
os atuais oficiais de justiça passarão para o nível de complexidade
funcional 3". "Tudo sem prescindir" da
manutenção da carreira de Regime Especial dos Oficiais de Justiça,
formação superior no ingresso, regime de transição alargado, revisão da
tabela remuneratória, revisão de regime de aposentação diferenciada e
formação contínua, lê-se no documento.O congresso aprovou também alterações aos estatutos do SFJ.