Funcionários açorianos estão "num vazio autêntico" quanto ao futuro nos CTT
20 de dez. de 2017, 17:06
— Miguel Bettencourt Mota
"Neste momento, há uma enorme
apreensão com as notícias que foram trazidas a público" e em
face do anúncio formal feito por parte da administração dos CTT a
dar conta de que "irá reduzir, nos próximos três anos, cerca
de mil postos de trabalho", declarou o representante regional do
SNTCT, à rádio Açores-TSF.
Adriano Costa, que é também dirigente
nacional, não tem quaisquer informações sobre se e quantos
funcionários dos CTT nos Açores serão despedidos. Como sinalizou,
também aquela estrutura sindical foi apanhada de "surpresa",
pelo que, neste momento, é a incerteza que paira por entre os
trabalhadores dos CTT e naquele sindicato que os representa.
"Nós estamos num vazio autêntico.
Numa quadra que é natalícia, em que deveria existir uma paz
social, nós estamos confrontados com esta situação. Não sabemos
quais são os locais de trabalho que serão mais afetados, a única
coisa que sabemos é que há aquele plano em cima da mesa",
afirmou o sindicalista.
O Plano de Transformação Operacional
avançado pela administração dos CTT , para além da redução de
cerca de 800 trabalhadores, contempla também um corte de 25 por cento das
remunerações dos presidentes daquela empresa.
Apesar do esforço da administração
para demonstrar que os ajustes nos CTT seriam transversais às várias
hierarquias da empresa – e necessários por força da queda do
tráfego de correio e da consequente quebra de lucros – os sindicatos
que representam os funcionários da instituição agendaram uma
paralisação nacional para os dias 21 e 22 de dezembro.
A Secção Regional de Ponta Delgada do
SNTCT tem uma "boa expetativa" quanto à adesão na Região
e vai bater-se pela "prestação de um serviço nacional de
correios com qualidade" e exigir "trabalhadores suficientes
nas áreas operacionais (nomeadamente, nas estações de correio, no
tratamento, na distribuição)", disse Adriano Costa.