Funcionária que desviou "por amor" 250 mil euros conhece sentença esta segunda
O Tribunal Judicial de Braga profere na segunda-feira a sentença do julgamento de uma mulher acusada de peculato, por alegadamente ter desviado mais de 250 mil euros da Conservatória onde trabalhava, naquela cidade.

Autor: Lusa/AO Online

Durante o julgamento, a arguida confessou os factos, alegando que os praticou para concretizar o sonho do homem por quem se apaixonara, que queria comprar uma casa no Brasil. Para a concretização desse sonho, a mulher contraiu empréstimos bancários, que foi pagando com as verbas que, alegadamente, desviava. A arguida, de 44 anos, era segunda ajudante numa conservatória de Braga, tendo exercido funções, de 2007 a 2011, no posto instalado no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, onde era a única funcionária. Segundo a acusação, apoderou-se, indevidamente, de 252 mil euros, desvios que em 2007 foram de 5.665 euros mas que no ano seguinte já ascendiam a 64.073 euros. Em 2009, o montante subiu para 83.417 euros, em 2010 “ficou-se” pelos 63.683 e em julho de 2011 o valor já ia em 35.170 euros. O desfalque foi detetado numa altura em que a arguida tinha ido de férias e a sua substituta foi confrontada por uma cidadã com um registo automóvel cuja morada estava incorreta. A arguida foi alvo de um processo disciplinar, que concluiu que ela fazia constar dos registos a isenção no pagamento de emolumentos ou registava um valor inferior ao que deveria ser cobrado, sendo certo que cobrava na íntegra às pessoas que solicitavam os registos. Desta forma, apoderava-se dos respetivos valores, apesar de emitir os documentos comprovativos referentes aos pagamentos, alterando depois cada uma das contas, com um procedimento com o qual introduzia o registo da isenção ou alteração do valor. Acabou por ser despedida. O Instituto dos Registos e do Notariado é assistente no processo, querendo ser ressarcido das verbas desviadas. A arguida já se manifestou disposta a pagar, de forma faseada.