Fuga de talentos devido aos cortes orçamentais

18 de out. de 2011, 07:07 — Lusa/AO Online

Em declarações à Agência Lusa em reação à proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012 (OE2012) entregue na Assembleia de República na segunda-feira, Arlindo Oliveira afirmou que “em termos globais, a instituição está a ser financiada a níveis que já não se viam desde 2003, 2004”. Segundo o vice-presidente do IST, estes cortes - especialmente a perda dos subsídios de férias e de natal em 2012 e 2013 - vão resultar na “fuga de talentos de colaboradores, professores, investigadores e funcionários que tenham outras alternativas”, dando o exemplo de dois elementos da sua equipa que já anunciaram a intenção de sair de Portugal. “Isto nota-se mais em carreiras de investigação que têm muita mobilidade nacional e internacional. Reduzir-se-á a função pública, mas pela via errada, que é perder os mais capazes e não aqueles que menos faziam”, criticou. Segundo os números da instituição, “a redução global do financiamento do IST será de 33 por cento, comparativamente com 2009”. “Se toda a administração pública tivesse sofrido uma redução semelhante já não tínhamos défice há muito tempo”, atirou. Arlindo Oliveira explicou à Lusa que o IST terá que “cortar numa série de serviços fundamentais desde contratos com empresas de limpeza, manutenção, obras e segurança”. “Essa é a parte em que existe alguma flexibilidade e vamos cortar para níveis que eu considero inaceitáveis de serviço mas que são os níveis que é possível ter com este orçamento”, lamentou. Segundo o responsável, este orçamento vai ainda aumentar “a dificuldade do financiamento dos projetos” do IST. “A perda que vamos ter com a fuga de recursos humanos altamente qualificados para outros países essa, provavelmente, não vai ser recuperável e é, a longo prazo, a que me preocupa mais”, declarou.