Froome vê Tour ainda incerto, mas confia nas medidas da organização
Covid-19
28 de abr. de 2020, 10:20
— Lusa/AO Online
“Estou consciente de que
existe uma possibilidade de não se correr, mas vou preparar-me como se
houvesse prova”, disse o quatro vezes vencedor da Volta a França (2013,
2015, 2016 e 2017) em entrevista ao L’Équipe.A
corrida, que se deveria disputar entre 2 e 25 de julho, foi adiada, à
semelhança de muitas outras provas do desporto, devido à pandemia da Covid-19, com a organização a acertar a mais importante prova do
ciclismo para o período entre 29 de agosto e 20 de setembro.“Já
temos datas, e, atualmente, a minha cabeça, o meu espírito, está
voltado para uma coisa: estar pronto nesse momento”, frisou o ciclista,
que não disputou a edição de 2019, por ter sofrido um acidente grave num
reconhecimento de uma etapa durante a Critério Dauphiné.O
ciclista, de 34 anos, considera que seria “uma grande pena” se a maior
corrida da época não se disputasse, mas lembrou que na situação atual
“há coisas bem mais importantes do que o desporto”, nomeadamente “a
saúde das pessoas" e que esta "deve vir primeiro”.“Tenho
confiança que o Governo e a ASO (Amaury Sport Organization) não irão
colocar em perigo os ciclistas, o ‘staff’ e o público, e que serão
tomadas todas as precauções”, frisou o britânico, ainda em relação aos
perigos da Covid-19.Em quarentena na sua
casa no Mónaco, o ciclista também falou da recuperação que tem feito,
devidas às fraturas resultantes do acidente de junho de 2019,
aproveitando para “reeducar e reforçar” a sua perna direita.Na queda,
o britânico atingiu quase todo o lado direito do corpo, com fraturas em
algumas costelas, esterno, cotovelo, anca e fémur, e, ainda esse ano,
já em setembro, cortou-se em casa e teve de ser operado num tendão da
mão.Froome está confiante de que estará a 100% na partida do Tour, prevista para 29 de agosto em Nice.“O
meu sonho é ser, quando terminar a carreira, aquele que ganhou mais
Voltas a França. É um cenário de sonho e ainda falta muito para que se
torne realidade”, acrescentou o britânico, admitindo que esta espera
dá-lhe mais tempo para se recuperar.