Frequência da variante Ómicron estimada em 46,9% em Portugal
Covid-19
21 de dez. de 2021, 15:16
— Lusa/AO Online
“Os
dados obtidos desde o dia 15 de dezembro consolidam a perspetiva de que
a variante Ómicron será dominante (maior do que 50%) em Portugal na
presente semana (20 a 26 de dezembro), em paralelismo com o cenário
observado em outros países como, por exemplo, a Dinamarca e o Reino
Unido”, adianta o relatório semanal do INSA sobre a diversidade genética
do coronavírus SARS-CoV-2 no país. O
mais recente relatório do INSA sobre a diversidade genética do
SARS-CoV-2 refere que, com base nas amostragens aleatórias semanais de
âmbito nacional sujeitas a sequenciação do genoma viral, esta variante
registou na semana 48 (29 de novembro a 5 de dezembro; análise
concluída) e na semana 49 (6 a 12 de dezembro; dados em apuramento)
frequências relativas de 1,6% e 2,5%, respetivamente.“Este
resultado sugere uma baixa circulação da variante Ómicron no final de
novembro/início de dezembro, em forte contraste com o aumento abrupto de
circulação desta variante estimado para os dias seguintes, com base na
estratégia de monitorização em tempo real da ‘falha’ na deteção do gene
S”, adianta.Segundo o INSA, “o recurso a
este critério tem permitido identificar, desde o dia 6 de dezembro, um
crescimento exponencial na proporção de casos prováveis, tendo atingido
uma proporção estimada de 46,9% no dia 20 de dezembro”.Relativamente
à variante do coronavírus SARS-CoV-2 Delta, os dados indicam que nas
semanas 47 e 48 (entre 22 de novembro e 5 de dezembro), com amostragens
fechadas e análises concluídas, registou-se uma frequência relativa de
99,8% e 98,4%, respetivamente. Na semana
49 (6 a 12 de dezembro, cujos dados ainda estão em apuramento), a
variante Delta apresentava uma frequência relativa provisória de 97,5%.Em
Portugal, as sequências Delta analisadas até à data dividem-se em mais
de 100 sublinhagens, que começaram a ser definidas com o prefixo “AY”,
das quais se destacam a AY.43.5 (AY.43 com mutação adicional N501S na
proteína Spike), que tem representado, em média, desde a semana 44 (1 a 7
de novembro), cerca de 5% de todas as sequências analisadas, ilustrando
a continuidade da sua circulação em múltiplas regiões, refere o INSA.Já
a sublinhagem AY.4.2 tem revelado “uma frequência relativa
tendencialmente crescente”, de 1,8% na semana 42 (18 a 24 de outubro)
para 6,5% (semana 49, 6 a 12 de dezembro, cujos dados ainda estão em
apuramento), mantendo uma maior circulação na Região do Algarve. “Em
relação às sublinhagens com a mutação de interesse E484Q, confirma-se a
continuidade da cadeia de transmissão detetada no Porto e a emergência
independente de novos clusters com este perfil”, lê-se no relatório.O
INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de
Doenças Infeciosas, já analisou 23.663 sequências do genoma do
coronavírus SARS-CoV-2, obtidas de amostras colhidas em mais de 100
laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de
Portugal.No âmbito da monitorização
contínua, têm vindo a ser analisadas uma média de 538 sequências por
semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras
colhidas aleatoriamente em laboratórios de todo o país.A
covid-19 já matou 18.796 pessoas em Portugal, onde foram contabilizados
1.227.854 casos, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as
autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro,
foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os
continentes, incluindo Portugal.