Freguesias dos Açores disponíveis para combater comportamentos aditivos
16 de nov. de 2024, 17:55
— Lusa
“Queremos
fazer mais e estamos disponíveis para esse combate. [Seja] em que
circunstâncias for, somos o primeiro impacto que a população tem”, disse
hoje à agência Lusa Manuel António Soares, coordenador nos Açores da
Associação Nacional de Freguesias (Anafre), que também é presidente da
Junta de Freguesia do Livramento, em Ponta Delgada, na ilha de São
Miguel. E prosseguiu: “A população sabe
bem onde moramos, sabe onde é a porta do presidente de Junta. Vai às
nossas portas, toca na campainha e fala connosco. Eu costumo dizer que o
meu escritório é na rua, portanto, com isto estou aberto a toda a
população e às suas necessidades”.“Nós,
enquanto instituição, também temos os canais próprios para comunicar a
quem de direito, para atuar em conformidade e com a maior brevidade
possível”, acrescentou.O autarca, que
falava a propósito do 1.º encontro sobre "As Juntas de Freguesia
enquanto suporte da comunidade: O seu papel no fenómeno dos
comportamentos aditivos na Ilha de São Miguel", promovido pela delegação
dos Açores da Anafre, referiu que o executivo açoriano também pode
contar com as freguesias para ajudar a corrigir as consequências do
fenómeno, como sejam situações de pessoas sem-abrigo.“Pode
sim. [O executivo regional] também tem sido um grande parceiro com as
Juntas, nomeadamente com a aprovação do novo acordo de cooperação
técnica e financeira que reforçou as verbas a transferir para as Juntas e
também as ações onde se inclui a ação social. Portanto, nós somos
parceiros do Governo, como o Governo também tem sido nosso parceiro e
tem tido alguma atenção para connosco”, declarou à Lusa.Manuel
António Soares adiantou ainda que as Juntas de Freguesia dos Açores já
colaboram com as entidades na sinalização de casos de comportamentos
aditivos e de sem-abrigo, prestando também apoio às famílias atingidas
pelo flagelo.O trabalho das autarquias
passa por “sinalizar”, “localizar”, disponibilizar meios de transporte e
apoio social: “Porque, alocado a esse problema há depois outras
consequências, como roubos às próprias famílias, que ficam delapidadas
do seu património e depois criam-se necessidades que nós, enquanto
juntas, e dentro das nossas limitações e competências, podemos acudir”.Segundo o responsável, já se verificaram algumas situações desta natureza nos Açores, embora sem “grande dimensão”.A
secretária regional da Saúde e Segurança Social dos Açores, Mónica
Seidi, que hoje participou no encontro de autarcas, anunciou na sua
intervenção que “em 2025 vai ser lançado o primeiro Plano Regional para a
Pessoa Sem-Abrigo”.O coordenador da
Anafre nos Açores reagiu com satisfação ao anúncio da governante, por
reconhecer que “é sempre importante tirar as pessoas da rua”.A
iniciativa da Anafre que hoje decorreu em Ponta Delgada, na ilha de São
Miguel, também deverá ser realizada nas ilhas Terceira e do Faial.