Frasquilho abdica do aumento salarial para continuar a participar nas negociações
TAP
29 de dez. de 2020, 16:54
— Lusa/AO Online
“Porque
quero estar a participar nas conversações e negociações que serão
fundamentais para o futuro da TAP de forma absolutamente tranquila e sem
qualquer mediatismo associado que possa prejudicar a nossa companhia de
bandeira, informo que abdiquei dessas condições com efeitos à data de
28 de outubro”, lê-se num comunicado enviado à comunicação social,
assinado por Miguel Frasquilho.Na mesma
nota, o responsável dá conta que as mesmas condições remuneratórias do
seu antecessor, Humberto Pedrosa, que renunciou aos cargos de
administrador que desempenhava no Grupo TAP, passaram para si, “por
força das presidências e das responsabilidades acrescidas” que assumiu.“Não
houve, assim, qualquer acréscimo de custos para a TAP por força da
minha assunção destas funções”, garantiu Miguel Frasquilho.O
responsável foi eleito presidente do Conselho de Administração da TAP
S.A. e da Portugália no dia 28 de outubro, em reunião de Conselho de
Administração da TAP, SGPS, S.A., ao qual também preside, na sequência
da renúncia de Humberto Pedrosa aos cargos de administrador do grupo.O
jornal Eco avançou na segunda-feira que três membros da administração
da TAP viram os salários aumentados, com o aval do Governo, incluindo o
presidente executivo e o presidente do Conselho de Administração.“Mais
relembro que o Conselho de Administração por mim liderado tem dado
sempre o exemplo nos cortes salariais que, deste que a terrível pandemia
que nos assolou a todos desde o início de 2020, têm existido no Grupo
TAP, nomeadamente com reduções salariais mais pronunciadas do que para
os restantes trabalhadores”, acrescentou Miguel Frasquilho, garantindo
que a mesma posição se manterá “em todos os meses e em todos os anos,
enquanto se mantiverem estes cortes”.O
responsável reiterou ainda que continua “comprometido com o mais
importante”, que é “assegurar o futuro e a sustentabilidade da TAP, em
benefício de Portugal”.A Lusa questionou o Governo sobre esta matéria, não tendo recebido resposta até ao momento.O
plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas este mês prevê a
suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, segundo o ministro
das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não seria
possível fazer a reestruturação da TAP.O
documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500
pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e
engenharia e 250 das restantes áreas.O
plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no
caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da
companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.