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Óbito/Laborinho Lúcio
Francisco César sublinha “marca indelével” na história da autonomia açoriana

O líder do PS/Açores, Francisco César, manifestou o seu “profundo pesar” pela morte de Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da República para os Açores, considerando que “deixou uma marca indelével na história da autonomia açoriana”


Autor: Lusa/AO Online

O antigo ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio morreu esta quinta-feira aos 83 anos em casa, confirmou à agência Lusa o presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira (PS).

Na nota de pesar, Francisco César sublinha o exemplo de “integridade, humanismo e serviço público” de Laborinho Lúcio, recordando que foi ministro da República para os Açores entre 2003 e 2006, durante a presidência de Jorge Sampaio.

Segundo o líder do PS/Açores, durante o seu mandato, Laborinho Lúcio “pautou a relação entre o Estado e a região pelo respeito institucional, pelo diálogo construtivo e por uma permanente preocupação com o desenvolvimento equilibrado” das ilhas do arquipélago.

“Foi um homem de Estado, íntegro, profundamente respeitado, que sempre valorizou os Açores e a autonomia regional com uma postura de diálogo, ponderação e sentido de serviço público”, afirmou Francisco César.

Em nome do PS açoriano, o dirigente apresenta as “mais sinceras condolências à sua família e amigos, com profundo reconhecimento pelo legado de dignidade e de serviço ao bem comum que deixa ao país e aos Açores”.

Laborinho Lúcio foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça em 1990, durante o Governo de Cavaco Silva, e ministro da República para os Açores, em 2003, durante a presidência de Jorge Sampaio.

Foi também Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Na Nazaré, foi presidente da Assembleia Municipal.

Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

A notícia da morte de Laborinho Lúcio foi avançada inicialmente pela CNN.

Álvaro Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré em 01 de dezembro de 1941. Na juventude, foi ator amador, tendo participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré.

Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.

Laborinho Lúcio foi membro, entre outras, de associações como a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.

Entre 2013 e 2017, foi presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho e membro eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.

Laborinho Lúcio estreou-se na escrita de ficção narrativa em 2014, com “O Chamador”, na Quetzal, editora pela qual lançou mais quatro títulos até ao ano passado: “O Homem que Escrevia Azulejos”, “O Beco da Liberdade”, “As Sombras de uma Azinheira” e o livro de crónicas e outros textos “A Vida na Selva”.

Já este ano, em março, editou, pela Zigurate, com Odete Severino Soares e ilustrações de Catarina Sobral, o livro “Marília ou a Justiça das Crianças”.

Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.