Francisco Assis apela a uma “reforma da lei do CES”
25 de jan. de 2023, 09:36
— Lusa/AO Online
Em declarações à Lusa, Francisco Assis disse
que a organização conta com três objetivos principais para o futuro.
Assim, destacou, o primeiro passa por “reforçar o papel do CES no apoio
ao processo de concertação social”, e o segundo por acentuar “o papel do
CES enquanto entidade fundamental da administração consultiva do
Estado”. Por fim, realçou, o terceiro
objetivo é “valorizar o papel do CES enquanto promotor de novas
iniciativas no âmbito da chamada democracia deliberativa, que sirvam
para rejuvenescer um pouco a democracia portuguesa”.Para o líder da entidade, “é necessário uma reforma da lei do CES”, uma tarefa que compete à Assembleia da República.“Vou
apelar ao parlamento para que se empenhe e que este ano seja o ano da
reforma da lei do CES”, indicou, salientando que a instituição tem de se
“atualizar, pois tem 30 anos”, tendo surgido “num contexto histórico
que está notoriamente ultrapassado”.Assis apontou depois as principais mudanças que defende para a lei do CES.“Criar
condições para reforçar de facto a função do CES no processo de
concertação social, clarificando algumas coisas”, começou por explicar.Além
disso, destacou, “é preciso criar condições para que o CES seja o
organismo que concentre, o máximo possível, a administração consultiva
do Estado”.Segundo Francisco Assis, “há
uma serie de órgãos ligados a essa administração consultiva que existem
separados uns dos outros”, sendo que, defendeu, “haveria alguma vantagem
em colocá-los no CES”.Por fim, o
responsável quer que o CES possa “desenvolver iniciativas como a criação
de assembleias de cidadãos a semelhança do que faz o CES francês”, onde
se “possam discutir determinados temas cujas conclusões serão enviadas
para a Assembleia da República, Governo, Presidente da República e
sociedade portuguesa em geral”, referiu.Questionado
sobre a contestação social atual, Assis disse que é natural, visto que
há “um processo complicado de inflação, perda de rendimentos. É natural
que haja alguma contestação social”. Quanto
aos desafios para este ano, lembrou que “foi assinado um acordo de
concertação social há três meses”, que incide sobre duas dimensões:
“rendimentos e competitividade da economia”, salientando que “é preciso
concretizar plenamente o acordo”.O CES
apresenta esta quarta-feira um livro, da autoria de Pedro Tadeu, chamado “30 anos de
Conselho Económico e Social” que relata alguns factos, através de
testemunhos de personalidades relevantes na vida da instituição e lança o
debate sobre o futuro.