França reforça fronteiras com Itália devido à crise do navio "Ocean Viking"
11 de nov. de 2022, 16:05
— Lusa/AO Online
Fontes
da polícia francesa disseram à agência France Presse que o reforço
fronteiriço começou na quinta-feira à noite.Trata-se
do controlo de "estações, eixos secundários, nomeadamente perto de
Menton, Sospel e Breil-sur-Roya, e autoestradas, sobretudo a A8, saídas
de estradas e pontos de portagens", indicou a Direção Geral da Polícia
Nacional (DGPN) francesa. Cerca de 500
polícias e gendarmes (polícia militarizada) foram mobilizados para os
postos de controlo em "pontos de passagem autorizados" para garantires
"segurança H24" (24 horas), disse a mesma fonte. Apesar
da maior parte das rotas de entrada de migrantes para França
ficarem situadas nos Alpes Marítimos, o reforço "estende-se a vários
pontos nas outras zonas de montanha". O
dispositivo, coordenado pela polícia fronteiriça francesa (PAF, sigla em
francês) envolve agentes da polícia de segurança pública e gendarmes. De acordo com a DGPN, o esquema de segurança deve ficar totalmente instalado até ao próximo domingo."Os
agentes foram mobilizados para fornecerem segurança e escoltas aos
migrantes do 'Ocean Viking'", disse a mesma fonte policial. Após
três semanas de incerteza e depois de várias tentativas para aportar em
Itália, o navio humanitário "Ocean Viking", com 234 migrantes a bordo
chegou hoje de manhã à base naval francesa de Toulon.Em
conferência de imprensa na quinta-feira, em Paris, o ministro do
Interior, Gérald Darmanin, afirmava que a França decidira acolher “a
título excecional” o navio humanitário "Ocean Viking", com 234 migrantes
resgatados no Mediterrâneo, mas que ia adotar sanções contra Itália
pela recusa de receber o barco apelando à União Europeia para atuar da
mesma forma.Além da “suspensão com efeitos
imediatos” do acolhimento de 3.500 refugiados, a França anunciava o
reforço dos controlos fronteiriços com Itália, afirmava o ministro.“O
Governo italiano é quem perde”, considerou, reiterando que “haverá
consequências extremamente fortes no relacionamento bilateral” entre os
dois países e no relacionamento de Itália com a União Europeia.Os
3.500 migrantes que deveriam ser transferidos, no próximo verão, de
Itália para França faziam parte de um acordo no âmbito do mecanismo
europeu para deslocalização noutros países europeus de refugiados que
chegam aos principais países recetores, nomeadamente Itália.