França com serviço militar voluntário no verão para alcançar 50 mil jovens em 2035

Hoje 11:42 — Lusa/AO Online

Discursando na base do Regimento de Artilharia de Montanha (RAM, na sigla francesa), nos Alpes, perante forças especializadas em ações sob condições climatéricas extremas, o chefe de Estado de França descreveu que se tratará de um treino "puramente militar", por um período de 10 meses e "exclusivamente em território nacional".“O principal alvo serão jovens de 18 e 19 anos", contando com três mil pessoas no verão de 2026, antes de atingir as metas de 10 mil em 2030 e de 50 mil por ano em 2035, disse, defendendo que a “juventude anseia envolver-se” e está "pronta para defender a pátria".França foi dos primeiros países europeus a abolir o serviço militar obrigatório, em 1997. Em Portugal, por exemplo, tal modalidade só acabou formalmente em 2004.Macron descartou categoricamente a hipótese de vir a reinstituir a obrigatoriedade do serviço militar em França – o que contrairia assim a decisão tomada pelo antigo presidente francês Jacques Chirac, devido à ‘queda’ do muro de Berlim.“O fim da Guerra Fria tornou inútil o modelo de [formação militar em] massa e criou a necessidade de forças armadas profissionais e mais aptas e prontas. Voltar atrás não seria sério nem útil”, afirmou, perante a 27.ª Brigada da Infantaria de Montanha (BIM).Doze países europeus mantiveram ou restabeleceram entretanto o recrutamento obrigatório face à evolução geoestratégica no continente e no Mundo e outras seis nações optaram pela via de um serviço militar voluntário.“Neste Mundo incerto, onde a força prevalece e a guerra é uma constante, a nossa nação não tem o direito de temer, de entrar em pânico, de estar impreparada ou dividida”, declarou Macron, em Varces, Isère.O Presidente francês acrescentou que “o medo nada faz contra o perigo” e “a única maneira de evitá-lo é estar preparado para ele”, algo que, sustentou, as Forças Armadas francesas “fazem todos os dias".