FPF alia eSports a ‘craques da bola’ para entreter durante o confinamento
Covid-19
29 de abr. de 2020, 12:07
— Lusa/AO Online
“Este movimento é 100% digital, pois
vive apenas no 'online', e tem a missão de proporcionar entretenimento
para os que estão em casa, com emissões regulares que têm como
protagonistas os craques da bola”, explicou à agência Lusa o coordenador
do eSports da FPF, Raul Faria.Vários
internacionais portugueses de futebol como João Félix, Diogo Jota, Rúben
Neves ou Podence têm participado na iniciativa que procura ainda
“cruzar-se com a comunidade em geral”.“O
adepto tem a oportunidade de defrontar até o seu ídolo, mas os 'craques
da bola' defrontam também craques do futebol virtual”, adianta.Para
Raul Faria, a FPF “acaba por ter um ecossistema bem implementado onde
vários craques competem regularmente” durante os tempos de confinamento
devido à pandemia de Covid-19.O
responsável pelo futebol virtual na FPF destaca mesmo o avançado
português Diogo Jota, do Wolverhampton, da Liga inglesa de futebol, que é
“um craque com bola e com o comando”.“O
Diogo Jota teve uma grande conquista recente, ao vencer a ‘ePremier
League’ com o comando. Estão também a decorrer inscrições para o ‘Ruben
Neves Challenge’, no qual quem vencer vai defrontar o jogador do
Wolverhampton”, destacou.Criada em 2017, a FPF eSports conta com 17 mil jogadores inscritos, mais de 260 clubes e já realizou mais de 12 mil jogos.Sendo
esta iniciativa o lado positivo da pandemia de Covid-19, Raul Faria
destaca os efeitos negativos pelo cancelamento de inúmeros eventos
presenciais de futebol virtual.“As
atividades presenciais são importantes e em alguns aspetos fundamentais
para a o crescimento dos eSports, que vive de contacto com o público
para proporcionar grandes espetáculos”, defende.A FIFA Nations Cup, prova
em que Portugal conquistou o terceiro lugar na época passada, e que este
ano estava agendada para Copenhaga, na Dinamarca, em maio, foi
cancelada.“Outras provas foram adaptadas e
reformuladas, com novas dinâmicas, sobretudo no digital. O eEuro, que
ia decorrer na final do Euro2020, em Londres, foi adaptado a uma versão
‘online’ que vai acontecer em maio, e onde Portugal está nos ‘play-offs’
de apuramento”, explicou.A principal
missão do FPF eSports é de criar uma “ligação entre o futebol virtual e o
futebol” para as gerações mais novas, cada vez mais ligadas aos jogos
eletrónicos.“Muitas destas competições
levam os atletas de eSports aos estádios. A FPF cria ainda, com a sua
experiência na organização de eventos, verdadeiras arenas de futebol
virtual, para criar essa paixão pelo ‘desporto rei’”, sublinha Raul
Faria.O objetivo, “ao final do dia”, para a FPF será sempre “ter mais praticantes de futebol e mais crianças a praticarem desporto”.Mas
o futebol virtual é visto ainda como “uma alternativa de carreira” para
jogadores portugueses, à semelhança do que acontece em outros países.“A
UEFA e a FIFA apostam cada vez mais nesta modalidade e há a história
incrível do Wendell Lira, que conquistou o prémio Puskas [de 2015] e
atualmente é jogador profissional de eSports e representa até o
Sporting”, recordou.Com o jogador de
eSports ainda sem ser reconhecido como desportista em Portugal, Raul
Faria entende que a prova deve ser dada “dentro de campo”.“Pela
forma como trabalhamos, como organizamos competições e como tratamos os
atletas, conseguimos provar que a atividade deles é digna de ser
considerada como a de um desportista”, adiantou.