FPC diz que suspensão de sete ciclistas da W52-FC Porto é "caso de máxima gravidade"
4 de out. de 2022, 17:16
— Lusa/AO Online
“A Federação Portuguesa de
Ciclismo tomou hoje conhecimento da suspensão de sete corredores da
equipa W52-FC Porto, uma decisão baseada na confissão dos ciclistas de
que violaram as regras antidopagem”, pode ler-se no comunicado publicado
no sítio oficial da federação. O
organismo prossegue sublinhando que “esta evolução do designado processo
‘Prova Limpa’ é um caso da máxima gravidade, porque demonstra desprezo
pela verdade desportiva e pelos princípios éticos a que estão obrigados
todos os agentes desportivos e pelos quais têm a obrigação de zelar
todas as equipas e os seus responsáveis máximos”.João
Rodrigues, vencedor da Volta a Portugal de 2019 e da Volta ao Algarve
de 2021, foi hoje suspenso por sete anos, enquanto outros seis ciclistas
da W52-FC Porto receberam sanções de três anos da Autoridade
Antidopagem de Portugal.Segundo a lista de
sanções disciplinares hoje atualizada pela Autoridade Antidopagem de
Portugal (ADoP), João Rodrigues vai cumprir um castigo de quatro anos
imposto pela União Ciclista Internacional, por anomalias no passaporte
biológico, e outros três anos por “posse de método proibido”, embora
mantenha os triunfos naquelas corridas, assim como na Volta ao Alentejo
de 2019.Rui Vinhas e Ricardo Mestre,
vencedores da Volta a Portugal em 2016 e 2011, respetivamente, são
sancionados por três anos, por “posse de substância proibida e método
proibido”, o mesmo motivo evocado pela ADoP para suspender por igual
período Ricardo Vilela, Daniel Mestre, José Neves e Samuel Caldeira.“Se
em relação a estes sete atletas o caso está encerrado na justiça
desportiva, porque as penas foram aplicadas com o acordo dos ciclistas, o
processo ainda decorre na justiça desportiva para os restantes
elementos suspensos preventivamente e na justiça civil para todos os
agentes que foram constituídos arguidos nos últimos meses”, prossegue a
nota da FPC.Os processos dos restantes
três ciclistas - Joni Brandão, José Gonçalves e Jorge Magalhães - e
elementos do ‘staff’ da W52-FC Porto suspensos preventivamente pela
Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) "ainda estão a decorrer",
confirmou hoje à Lusa fonte ligada ao processo.“A
Federação Portuguesa de Ciclismo reitera a confiança nas instituições
encarregadas de investigar e dar seguimento aos processos e não fará
qualquer comentário futuro sobre o desenrolar do designado processo
‘Prova Limpa’. A justiça tem os seus tempos e deve ser prosseguida com a
máxima serenidade sem interferências externas nem diligências
mediáticas das partes envolvidas”, defende a federação, ao mesmo tempo
que “reafirma a sua firmeza na luta contra a dopagem, pela verdade
desportiva e pela ética”. No final de
abril, 10 ciclistas da W52-FC Porto foram constituídos arguidos e o
diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, foi mesmo detido, assim como
o seu adjunto, José Rodrigues, no decurso da operação ‘Prova Limpa’, a
cargo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.Na
operação policial, “foram apreendidas diversas substâncias e
instrumentos clínicos, usados no treino dos atletas e com impacto no seu
rendimento desportivo", detalhou então a Polícia Judiciária. Em
15 de julho, oito ciclistas (Rodrigues, Brandão, Vinhas, Ricardo
Mestre, Vilela, Gonçalves, Caldeira e Daniel Mestre) foram suspensos
preventivamente pela Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), que, em
finais de agosto, suspendeu também José Neves e Jorge Magalhães.A União Ciclista Internacional (UCI) viria a retirar a licença desportiva à W52-FC Porto antes da Volta a Portugal.