Fórum debate na ilha de Santa Maria posição geoestratégica dos Açores
6 de set. de 2023, 16:45
— Lusa
Trata-se da quarta edição do
Fórum LPAZ que, ao longo de três dias, terá como tema "os Açores, o
Atlântico e os Desafios Globais".O fórum é
promovido pela Associação LPAZ, em parceria com os CEI-Iscte (Centro de
Estudos Internacionais do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa), o
CEHu – Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores e o
Centro do Atlântico e a Transatlantic Studies Association.Em
comunicado de imprensa enviado à agência Lusa, a organização adianta
que o Fórum LPAZ reúne oradores dos três continentes do Atlântico, que
vão debater temas desde a História às Relações Internacionais e ao
Aeroespacial. Esta conferência destaca "a
necessidade de o poder político basear mais as suas decisões nas
evidências fornecidas pela ciência", lê-se na nota.Segundo
a organização, os Açores "estão a crescer enquanto palco diplomático
para os estados do Atlântico se encontrarem e discutirem temas como as
ameaças de segurança ou as questões climáticas".Devido
à sua localização estratégica, o arquipélago "é cada vez mais escolhido
para alojar iniciativas internacionais de defesa como o Centro do
Atlântico, mas também de diplomacia científica, como o AIR- Center –
Atlantic International Research Centre ou o Global Exploration Summit",
acrescenta.Tomé Ribeiro Gomes,
investigador do CEI – Centro de Estudos Internacionais do Iscte –
Instituto Universitário de Lisboa, sublinha que, “ao longo do tempo, os
Açores ganharam reputação de anfitrião seguro por ficarem a meio caminho
entre os países do Atlântico e serem vistos como neutrais: já que não
estão fisicamente ligados à Europa, são percecionados como um território
limpo de conotações”.“Em negociações entre Estados essa perceção importa imenso”, acrescenta o investigador, citado na nota de imprensa.O investigador participará no painel “Os Açores na Política Atlântica” do Fórum LPAZ.Para
a docente e diretora do CEI-Iscte, Ana Mónica Fonseca, também citada no
comunicado de imprensa, “os Açores continuam a ter um papel central na
geopolítica mundial, como espaço de promoção da diplomacia e do
conhecimento no Atlântico". "Estas ilhas
estão a posicionar-se para serem um palco de apresentação da produção
científica, da defesa e de relações duradouras no Ocidente”, considera
ainda.Já Paulo Fontes, investigador do
CEHu – Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores, diz
que "a diplomacia científica é uma subárea na qual o arquipélago se tem
afirmado".O investigador, que vai intervir
também no fórum, refere que “o sucesso das políticas públicas é muito
maior quando a decisão é baseada em evidências, quando os políticos
consultam cientistas e trabalham com eles – como sucedeu, por exemplo,
durante a pandemia da covid-19”.O programa
abre com uma discussão sobre as relações entre a União Europeia e a
NATO e encerra com um Roteiro Estratégico pela Ilha de Santa Maria, com
paragem em pontos com relevância atual, como o Centro de Controlo
Oceânico, a Estação Thales-Edisoft ou a Estação RAEGE, e passada, como
os Bunkers do Pico Alto ou o imóvel de interesse público “Lugar do
Aeroporto”, de acordo com a organização.O
fórum conta com o apoio do Governo Regional, da Câmara Municipal de Vila
do Porto, na ilha de Santa Maria, e da FLAD – Fundação Luso-Americana
para o Desenvolvimento.