Forças russas já controlam aeroporto militar nos arredores de Kiev
Ucrânia
24 de fev. de 2022, 20:20
— Lusa/AO Online
“As
defesas aéreas da Ucrânia foram destruídas e não têm capacidade para se
proteger. Nas próximas horas, os russos tentarão reunir uma força
esmagadora em torno da capital”, disse uma fonte de um serviço de
informação ocidental.“As
tropas russas estão já a reunir-se à volta de Kiev. É uma questão de
dias, ou horas”, explicou a fonte, sublinhando a rapidez com que as
forças de Moscovo se movimentam à volta da capital ucraniana, tomando
posições como o aeroporto militar em Gostomel.Durante
o dia, o Exército ucraniano anunciou que estavam em curso combates pelo
controlo do aeroporto militar Antonov, após ataque de forças russas."A
luta está em curso no aeroporto de Gostomel", localizado poucos
quilómetros a noroeste de Kiev, anunciou o chefe dos Exército ucraniano,
Valery Zaloujny e imagens nas redes sociais mostram que o aeroporto
militar terá sido atacado por vários helicópteros.Horas
depois, as autoridades ucranianas admitiram ter perdido o controlo do
aeroporto, depois de uma unidade aérea russa ter atacado com
helicópteros, com as portas abertas, de onde soldados dispararam
metralhadoras, antes de descer por ‘rapel’, de acordo com testemunhas."Havia
pessoas sentadas nos helicópteros, as portas abertas, a voar sobre as
nossas casas", disse Sergiy Storojouk, um ucraniano que vive perto do
aeroporto.Os
helicópteros russos chegaram no final da manhã, oriundos da
Bielorrússia, roçando os telhados das casas e semeando o terror a
caminho de Kiev, de acordo com o relato de um jornalista da agência
France Presse.O
aeroporto Antonov, em Gostomel, fica no extremo norte de Kiev, provando
que as forças russas se encontram muito perto do centro da capital
ucraniana.De
acordo com Olexander Kovtonenko, um civil de 30 anos que mora nas
proximidades do aeroporto, os helicópteros russos foram apoiados por
dois aviões de caça, que dispararam mísseis contra unidades terrestres
ucranianas no início do ataque.A
Rússia lançou uma ofensiva militar em território da
Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias
cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais
civis, em território ucraniano, segundo Kiev.O
Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar
especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e
que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que
a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e
"relevância".O
ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade
internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos,
incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte
(NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.