Força Aérea terá segunda tripulação nos Açores até ao final do ano
5 de set. de 2022, 17:04
— Lusa/AO Online
“Há uma
aspiração que as autoridades e as pessoas aqui dos Açores tinham que
será concretizada, que é a segunda tripulação dos EH-101”, avançou, em
declarações à agência Lusa, a ministra da Defesa Nacional, Helena
Carreiras, à margem de uma visita à base aérea número 4, na ilha
Terceira.Também a Marinha Portuguesa terá um segundo salva-vidas nos Açores.“Até
ao final do ano, ou até antes, se for possível, concretizaremos estes
dois importantes projetos e desígnios, respondendo, portanto, à
resolução dos problemas, continuando a colaborar ativamente com as
autoridades locais”, salientou a ministra.A Força Aérea portuguesa tem dois helicópteros EH-101 Merlin colocados na base aérea número 4, mas apenas uma tripulação fixa.A atribuição de uma segunda tripulação é uma reivindicação antiga das autoridades regionais.Em
setembro de 2018, o parlamento açoriano aprovou, por unanimidade, um
voto de protesto, apresentado pelo PSD/Açores, "pela ausência, na Base
das Lajes, de uma segunda tripulação para os helicópteros de busca e
salvamento da Força Aérea".Tinham já sido aprovados, em 2014 e 2017, outros dois votos com o mesmo teor.Segundo
a ministra da Defesa Nacional, a Força Aérea está a desenvolver
“esforços muito grandes” para treinar pilotos, que possam assegurar a
segunda tripulação.“É uma tarefa que tem a
ver com os recursos, mas também com os processos complexos de
qualificação dos pilotos. A Força Aérea está a desenvolver realmente
esforços muito grandes e um trabalho muito intenso no plano do
recrutamento e da retenção. Está a treinar pilotos que vão reforçar, de
facto, a sua capacidade”, apontou.Na sua
primeira visita aos Açores, Helena Carreiras destacou “a presença muito
forte e muito significativa” das Forças Armadas nas regiões autónomas.“Desempenham
missões absolutamente fundamentais, não apenas missões de soberania,
mas também missões de apoio à qualidade de vida das populações e esse
reconhecimento é muito claro”, frisou.Em 2022, “a Marinha tem já realizadas 113 missões” de busca e salvamento, superando “todo o número de missões do ano anterior”.Já
a Força Aérea conta com “perto de 250 missões” de transportes médicos,
em que os doentes foram transportados entre ilhas ou para o continente
português.“As missões de busca e
salvamento, em que a Marinha e a Força Aérea estão evidentemente muito
implicadas são missões absolutamente fundamentais e insubstituíveis”,
sublinhou Helena Carreiras.Questionada
sobre a data de arranque das obras de requalificação do edifício que vai
acolher o Centro do Atlântico, na base aérea número 4, a ministra disse
que o projeto está a ser avaliado.“O
Centro do Atlântico está a edificar-se. Fez um trabalho magnífico até
agora. Estamos neste momento a analisar as circunstâncias em que vamos
desenvolver este projeto de completar a sede na BA4 para depois vir a
instalar o centro e a reforçá-lo com uma equipa e com atividades que
possam aqui ocorrer, trazendo também os 20 outros países que participam
no centro”, adiantou.A ministra admitiu
que o “contexto complexo da guerra” na Ucrânia possa obrigar a
“reavaliações do plano inicial”, mas garantiu que a edificação vai
avançar.“Prosseguiremos seguramente a
edificar o Centro do Atlântico como um grande projeto que não é apenas
da Defesa Nacional, é um projeto verdadeiramente nacional, no sentido em
que nos coloca numa relação muito estreita com outros países do
Atlântico, para pensar os problemas da Segurança do Atlântico, para
capacitar um conjunto de parceiros para melhor defender os nossos
recursos e para estabelecer diálogo político e aprofundar o
conhecimento”, assegurou.Oficializado em
2021, por iniciativa do Governo português, o Centro do Atlântico, conta
atualmente com 20 países signatários, de Europa, África e América.O
centro terá sede na antiga unidade de saúde da Base das Lajes, que foi
utilizada pela Força Aérea norte-americana e ficou desocupada aquando da
redução militar que ocorreu a partir de 2015.Em
2021, o então ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho,
anunciou um investimento de cerca de três milhões de euros na
recuperação do edifício.