"Foi um disparate ter diminuído o IVA da restauração"
8 de out. de 2017, 12:02
— AOnline/LUSA
Em entrevista à Lusa em antecipação do Orçamento do Estado para 2018
(OE2018), que será apresentado pelo Governo na Assembleia da República
na sexta-feira, o antigo governante começou por dizer que, em seu
entender, não há condições para diminuir a taxa do IVA (Imposto sobre o
Valor Acrescentado) dos atuais 23% (taxa normal), tendo depois avançado a
sua posição sobre a redução do imposto aplicada ao setor da restauração
em 2016.“Acho que foi um disparate ter diminuído o IVA sobre a
restauração de 23% para 13%. Os consumidores não ganharam nada com isso.
O preço dos restaurantes não diminuiu, da restauração não diminuiu, às
vezes até aumentou”, afirmou Bagão Félix.O antigo titular das
pastas das Finanças e do Trabalho refutou o argumento avançado pelos
empresários da restauração de aumento do emprego no setor devido a esta
alteração: “Dir-me-á: ‘mas também aumentou o emprego na área da
restauração’. É verdade, mas não aumentou por isso. Aumentou porque há
mais turismo, porque há mais rendimento disponível nas famílias, não
necessariamente pela diminuição do IVA”, e propôs “uma troca”.“Em
vez de diminuir o IVA sobre a restauração, que é um bem de consumo que
não completamente obrigatório, o que deveria ter diminuído era o IVA
sobre a eletricidade e o gás, de 23% para 13%”, sustentou o economista,
referindo que a eletricidade é um “bem obrigatório” e que a descida
beneficiaria “alargadamente a população portuguesa e a indústria”.