Fogos de julho e agosto reconhecidos como catástrofe natural com apoio de 10ME
6 de out. de 2017, 12:05
— Lusa/AO online
O despacho do ministro da Agricultura, Florestas e
Desenvolvimento Rural, Luís Manuel Capoulas Santos, reconhece “a
dimensão e gravidade dos danos e prejuízos causados” pelos incêndios
florestais de julho e agosto, o que justifica “a qualificação desta
situação como ‘catástrofe natural’”.Esta qualificação permite
este apoio excecional à reconstituição ou reposição do potencial
produtivo das explorações agrícolas danificadas, nomeadamente animais,
plantações plurianuais, máquinas, equipamentos, armazéns e outras
construções de apoio à atividade agrícola.São elegíveis para este
apoio as explorações agrícolas onde se tenham verificado danos
superiores a 30% do potencial agrícola, confirmado pela Direção Regional
de Agricultura e Pescas.O apoio é concedido sob a forma de
subvenção não reembolsável e só é possível apresentar uma candidatura
por beneficiário, sendo “dada prioridade às candidaturas em que a
dimensão relativa do dano sofrido seja mais elevada”.O apoio
cobre 100% da despesa, quando igual ou inferior a 5.000 euros, e 50% da
restante despesa no caso de beneficiários que tenham recebido pagamentos
diretos de valor igual ou inferior a 5.000 euros no ano anterior e
tenham tido prejuízos superiores a 80% do potencial agrícola.O apoio cobre ainda 50% da despesa “no caso das restantes explorações agrícolas”.O montante mínimo de investimento é de cem euros.Os
pedidos de apoio devem ser apresentados através de formulário
eletrónico disponível no Portal do Portugal 2020 (www.portugal2020.pt)
ou do Plano de Desenvolvimento Regional 2020 (www.pdr-2020.pt) a partir
da próxima quarta-feira e até 30 de novembro.Só serão apoiadas as
candidaturas aprovadas, mas os beneficiários podem iniciar os
investimentos antes da verificação e validação, desde que comuniquem o
início dos trabalhos à Direção Regional de Agricultura e Pescas, com uma
antecedência mínima de 72 horas.Estão abrangidos por este
diploma os concelhos de Alijó, Abrantes, Almeida, Cantanhede, Castelo
Branco, Coimbra, Covilhã, Ferreira do Zêzere, Freixo de Espada à Cinta,
Fundão, Gavião, Gouveia, Guarda, Mação, Macedo de Cavaleiros, Mangualde,
Mealhada, Melgaço, Nisa, Oleiros, Penedono, Proença-a-Nova, Resende,
Sabrosa, Sabugal, Sardoal, Sertã, Torre de Moncorvo, Vila de Rei e Vila
Velha de Ródão.Já a 25 de julho, o Governo tinha reconhecido os
incêndios que atingiram o centro do país em junho como uma catástrofe
natural, ativando um outro apoio de 10 milhões de euros.Este
apoio foi direcionado para os danos e prejuízos em áreas localizadas nos
concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa
da Serra, Pedrógão Grande, Penela e Sertã. Os incêndios
florestais queimaram este ano mais de 215 mil hectares, o valor mais
elevado dos últimos 10 anos, segundo o mais recente relatório do
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), hoje
divulgado, que analisa o período compreendido entre 01 de janeiro e 30
de setembro.