FNE congratula-se com veto presidencial de diploma sobre professores
27 de dez. de 2018, 08:42
— Lusa/AO Online
Justificando à
Lusa a saudação do veto do Presidente da República, o secretário-geral
da FNE, João Dias da Silva, disse que "o Governo estava a tentar impor o
que a lei não lhe permitia", ao recusar a negociação com os sindicatos
sobre o prazo e o modo como deverá ser feita a recuperação integral do
tempo de serviço congelado dos professores. "O
que o Governo pretendia fazer era impor uma solução de contabilização
de uma parte do tempo de serviço congelado", assinalou, criticando a
"atitude intransigente" do Governo de "recusar a negociação".Segundo
João Dias da Silva, "tem de haver disponibilidade" do Governo para
"cumprir o que a lei manda, que é negociar o prazo e o modo" da
recuperação integral do tempo de serviço, isto é, os nove anos, quatro
meses e dois dias."Temos
disponibilidade para encontrar uma solução, que entendemos que até deve
ser convergente na totalidade do território nacional, podendo haver uma
convergência com a opção que foi tomada na Região Autónoma da Madeira",
afirmou o secretário-geral da FNE.Na Madeira, a recuperação completa do tempo de serviço dos professores começa em 01 janeiro e é feita ao longo de sete anos.O diploma do Governo, aprovado em 20 de dezembro, previa a recuperação de apenas quase três anos de tempo de serviço congelado.O
chefe de Estado justificou hoje o veto do diploma - e a sua devolução
ao Governo - com a norma do Orçamento do Estado para 2019 incluída pelos
partidos que obriga a que o decreto-lei "seja objeto de processo
negocial sindical".No
Orçamento do Estado para 2019, PSD, CDS-PP, BE, PCP e Os Verdes
entenderam-se para aprovar – com o voto contra do PS - um artigo que
força o Governo a retomar as negociações, mas não para incluir no
documento as propostas de BE e PCP que estipulavam uma calendarização
para a recuperação integral do tempo de serviço dos professores.