FNAM convoca greve nacional de médicos para 24 e 25 de setembro
3 de set. de 2024, 11:42
— Lusa/AO Online
“O Ministério da
Saúde da Ana Paula Martins agravou o caos instalado no Serviço Nacional
Saúde (SNS) e empurra assim os médicos para dois dias de greve nacional,
para todos os médicos, a 24 e 25 de setembro, e uma manifestação
nacional no dia 24 de setembro, às 15h00 (menos uma nos Açores), em frente ao Ministério da
Saúde, a que se somam a outras formas de luta”, lê-se num comunicado da
FNAM hoje divulgado.Para a manifestação
nacional convocada para 24 de setembro, a FNAM apela à participação de
outros profissionais de saúde e não só.“Convidamos
os demais profissionais de saúde, utentes e a população em geral, para
ao nosso lado virem defender o SNS”, apela a FNAM.A
paralisação é convocada “face à total ausência de soluções por parte do
Ministério da Saúde (MS) de Ana Paula Martins para a melhoria das suas
condições de trabalho”.“Continuamos
pressionados a fazer horas suplementares para além dos limites legais
anuais, com equipas reduzidas e com irregularidades no respetivo
pagamento, tendo em conta a confusão na aplicação da nova legislação
pelas instituições. Por outro lado, assiste-se ao atraso e atropelos nos
concursos na contratação de novos médicos no SNS”, argumenta a FNAM.A
federação acusa a ministra de “retroceder num caminho” que tem levado
ao encerramento de serviços de urgência e obrigado grávidas a terem
partos longe das suas residências ou em ambulâncias, acrescentando que
há ainda 1,6 milhões de portugueses sem médico de família.Acusa
ainda o ministério de Ana Paula Martins de ter “escalado o conflito”
com vários intervenientes do SNS, nomeadamente INEM e administrações
hospitalares, mas também outros profissionais de saúde e utentes.Para
a FNAM “é prioritária a valorização das grelhas salariais para todos os
médicos, o regresso às 35 horas de trabalho semanais e das 12 horas em
serviço de urgência, a reintegração do internato na carreira médica e a
criação de um regime de dedicação exclusiva, opcional para todos os
médicos e devidamente majorada”.Os médicos
querem ainda o regresso dos 25 dias úteis de férias, o
redimensionamento das listas de utentes dos médicos de família e a
negociação de outros aspetos da carreira.No
final da semana passada, a FNAM renovou a greve ao trabalho
extraordinário nos centros de saúde até 31 de dezembro e apela “à
entrega de declarações de indisponibilidade para a realização do
trabalho suplementar para além dos limites legais anuais”.“Queremos
assinalar a data da comemoração dos 45 anos do SNS com a luta que o tem
defendido, e por isso continuamos a exigir uma ministra que sirva o
SNS, e que se abra caminho às soluções para atrair médicos para o SNS,
devolvendo ao país um SNS na plenitude das suas capacidades: público,
universal, gratuito e de excelência”, conclui a FNAM, que há cerca de um
mês exigiu para a pasta da Saúde um ministro “com competência para a
função”.