FMI estima mais défice do que o Governo em 2018 e afasta excedentes até 2023
18 de abr. de 2018, 14:28
— Lusa/AO online
No
'Fiscal Monitor', relatório com as previsões orçamentais do mundo, o
Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente a estimativa
para o défice orçamental português deste ano para 1% do PIB, face aos
1,1% que tinha antecipado em fevereiro.Apesar
de ter melhorado a estimativa do défice de 2018, o Fundo prevê um
défice superior em 0,3 pontos percentuais perante o assumido pelo
Governo no Programa de Estabilidade entregue à Assembleia da República
na sexta-feira.As
projeções referentes a Portugal, que são coordenadas pelo ex-ministro
das Finanças Vítor Gaspar - agora diretor do FMI -, baseiam-se no
Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) e foram "ajustadas para refletir
as previsões macroeconómicas" do Fundo.Na
terça-feira, a instituição liderada por Christine Lagarde mostrou-se
ligeiramente mais otimista para 2018, esperando mais crescimento
económico (2,4%) e menos desemprego (taxa de 7,3%) do que o Governo. No
Programa de Estabilidade, o executivo antecipa um crescimento económico
de 2,3% este ano e uma taxa de desemprego de 7,6%.As estimativas orçamentais do FMI até 2023 são também menos otimistas do que as do executivo liderado por António Costa.No
Programa de Estabilidade, o Governo compromete-se com um défice
orçamental próximo de zero (0,2% do PIB) já em 2019, último ano de
legislatura e ano de eleições europeias e legislativas. A partir daí,
são esperados excedentes orçamentais que crescem todos os anos: 0,7% do
PIB em 2020, 1,4% em 2021 e 1,3% em 2022.No
entanto, o FMI - que tem como base um cenário de políticas invariantes
para os próximos anos - não só não acredita em excedentes orçamentais
até 2023, como considera que até esse ano o défice continuará mais perto
de 1% do que de zero.No
'Fiscal Monitor', o Fundo estima que Portugal tenha um défice
orçamental de 0,9% em 2019, de 0,8% em 2020, de 0,7% em 2021 e de 0,6%
em 2022 e em 2023.O
saldo primário, que exclui os encargos com a dívida pública, vai
manter-se acima dos 2% neste período de previsões, segundo o FMI: 2,3%
em 2018 e em 2019, 2,2% em 2020 e em 2021 e 2,1% em 2022 e 2023.