FMI envia ajuda de 1.177 milhões de euros ao Paquistão
30 de ago. de 2022, 09:34
— Lusa/AO Online
"O conselho do FMI aprovou a reativação do
nosso programa Serviço Ampliado de Fundos (Extended Funds Facility-EFF).
Devemos agora receber as parcelas 7 e 8 de 1.177 milhões” de euros,
informou hoje o ministro das Finanças paquistanês, Miftah Ismail, na
rede social Twitter.O Paquistão acordou
com uma delegação do FMI em julho passado o envio de 1.177 milhões de
euros ao país, mas este valor dependeria de aprovação pela administração
executiva da entidade financeira internacional.Segundo
a delegação do FMI que visitou o país asiático, o Paquistão está a
atravessar "uma situação económica desafiadora" e destacou como duas das
prioridades para o país o cumprimento da proposta orçamental para o
exercício em curso e a realização de reformas no setor elétrico.Além
disso, a delegação recomendou ao país reduzir os níveis de inflação,
que ultrapassaram 44% na semana passada, para entre 5% e 7% no médio
prazo, além de reduzir a pobreza, aumentar a segurança social e
fortalecer a governança.Este novo envio de
dinheiro elevará para 4.200 milhões de euros o valor que o Paquistão
receberá do FMI desde que chegou a um acordo de assistência financeira
em 2019 no valor de 6.000 milhões de euros para os três anos seguintes.No
entanto, sucessivos fracassos do Governo do antigo primeiro-ministro
Imran Khan e agora do atual Executivo de Shehbaz Sharif atrasaram a sua
implementação por medo de desencadear a ira pública.Esta
ajuda económica surge num momento em que o Paquistão está a ser
devastado por inundações que, segundo o ministro das Finanças, causaram
danos económicos no valor de 10.000 milhões de euros."Estimamos
que essas inundações custarão inicialmente cerca de 10.000 milhões de
euros para o Paquistão", disse hoje Ismail numa conferência de imprensa
em Islamabad, antes de alertar que os danos podem ser ainda maiores.Perante
esta catástrofe que já matou mais de mil pessoas em todo o país, o
Governo declarou estado de emergência nas zonas afetadas pelas cheias e
solicitou a ajuda do Exército para socorrer as vítimas.