Autor: Lusa/AO Online
"São negociação Estado a Estado. Sabemos que o Governo português e o Governo Regional [dos Açores] estão envolvidos nesse processo, mas é uma negociação que se faz Estado a Estado", considerou a responsável.
Rita Faden falava em Ponta Delgada, numa conferência promovida pelo jornal Açoriano Oriental, e comentava a aplicação por parte dos Estados Unidos de tarifas adicionais a produtos europeus.
Na sexta-feira, o chefe do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, havia dito não poder aceitar Açores "sejam atingidos por este fogo cruzado entre a UE e os EUA em áreas que nada têm a ver com aquilo que releva" para a nossa região, no caso os laticínios.
No início deste mês, a Organização Mundial do Comércio decidiu a favor dos Estados Unidos e autorizou o país a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da UE à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.
"Nós na FLAD falamos com muita gente, conhecemos muita gente, damos a conhecer a situação de Portugal", mas a decisão tem de ser tomada entre Estados soberanos, reiterou Rita Faden na conferência tida esta tarde na ilha de São Miguel.
Dirigindo-se a uma plateia dominada por empresários da região, a presidente da FLAD reiterou o papel da Base das Lajes na relação entre Portugal e Estados Unidos - "um elemento essencial", disse - e sinalizou que o "valor geoestratégico dos Açores mantém-se forte" na atualidade.
"Há um trabalho muito próximo e de confiança entre Portugal e os EstadoS Unidos", disse, antes de valorizar a posição geográfica de Portugal, uma "ponte para os mercados de língua portuguesa e um ponto de acesso para o mercado europeu".
Questionada sobre uma
resolução de 2014 do parlamento açoriano, pedindo uma delegação da FLAD
na região, nomeadamente na Praia da Vitória, Rita Faden respondeu: "Não
nos parece que seja por uma delegação da FLAD aqui ou ali que o trabalho
se possa desenvolver de uma forma diferente".