FLAD desafia jovens cientistas com prémio Atlântico Júnior
17 de nov. de 2022, 11:38
— Nuno Martins Neves
O auditório do ExpoLab, na Lagoa, foi o local escolhido
para a apresentação da segunda edição do prémio Atlântico Júnior, uma
iniciativa conjunta da FLAD - Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento e da Ciência Viva. O prémio visa desafiar os jovens
estudantes das escolas secundárias e de ensino profissional, públicas ou
privadas, de Portugal Continental e das Regiões Autónomas dos Açores e
da Madeira, a criar um projeto no âmbito dos cinco tópicos da edição
2022/23: energias renováveis marinhas, robôs marinhos com sensores para
medir variáveis como por exemplo salinidade, temperatura ou pH,
embarcações inovadoras, tecnologias e processos que contribuam para
eliminar ou mitigar a poluição marinha, e biotecnologia.Presente na
apresentação, o diretor regional da Ciência e Tecnologia, Flávio Tiago,
expressou o orgulho de ter tido, na primeira edição, uma equipa de
alunos da Escola de Novas Tecnologias dos Açores como finalista da
primeira edição, com o AmazingROV, e que são atividades como estas que
“permitem-nos melhorar as nossas capacidades”.Elsa Henriques,
administradora da FLAD, exortou os vários alunos presentes no auditório
do ExpoLab a participarem, considerando que projetos como os exigidos
pelo prémio Atlântico Júnior “podem incentivar os jovens a apostarem no
conhecimento, de uma forma mais prática e melhorar indicadores de
desenvolvimento”.Algo que, diz, se torna uma necessidade quando os
Açores apresentam uma taxa de estudantes no ensino superior abaixo da
média nacional. “Em Portugal, cerca de 40% dos alunos do ensino
secundário ou profissional vão progredir para um qualquer grau de ensino
superior. Nos Açores, este número cai para cerca de 10, 12%. Fiquei
abismada com estes valores. Nós não conseguimos desenvolver os Açores
sem alterar estes valores. Temos de os mudar”, afirmou.O crescimento
do turismo na Região “não ajuda a melhorar estes números”, assinala.
“Pelo contrário, pois é fácil um aluno de 17 anos ser aliciado para ir
trabalhar pelo salário mínimo, quando vive em casa dos pais, em vez de
apostar no conhecimento e no seu futuro”.Elsa Henriques destaca que
os estudantes açorianos que participaram na edição do ano passado é um
exemplo de “quem ficou com o ‘bichinho’” após ter participado no prémio
Atlântico Júnior, pelo facto de terem continuado a desenvolver o projeto
após a participação no prémio.