Fixação da prestação abrange 0,8% dos créditos à habitação elegíveis
17 de abr. de 2024, 18:45
— Lusa
Segundo a
informação, houve 25.879 pedidos mas desses a fixação da prestação só
avançou em 8.636, o correspondente a 0,8% dos contratos que poderiam
aceder a esta medida (cerca de um milhão).Segundo
o BdP, o principal motivo para não avançar o processo em 17.243
créditos foi que os clientes não confirmaram o pedido (88% dos que não
avançaram foi por falta de confirmação pelo cliente). Ou seja, apesar de
terem feito o pedido inicial ao banco os clientes não confirmavam após
terem recebido o plano de reembolso do crédito (quanto ficariam a pagar e
quanto pagariam após passarem os dois anos).O
segundo motivo para não avançarem os pedidos foi pelo facto de os
créditos estarem em PARI - Plano de Ação para o Risco de Incumprimento
(a lei previa que um processo em PARI não poderia aceder a esta medida).
Neste caso, 4% dos que não avançaram foi por este motivo.A
medida foi implementada em contratos com prazo médio de 36 anos e prazo
médio remanescente de 29 anos. A redução média da prestação nos
contratos de crédito em que esta medida foi implementada foi de 76
euros.Em novembro passado, face à subida
das taxas de juro, o Governo (PS) criou um regime (que esteve em vigor
até março deste ano) em que os clientes com crédito à habitação podiam
pedir a fixação da prestação do crédito à habitação durante dois anos e
por um valor mais baixo que o atual. Durante dois anos a prestação fica
indexada a 70% da média da Euribor a seis meses do mês anterior ao
pedido do cliente (o que garante que paga menos durante os dois anos do
que se a Euribor fosse refletida a 100%). O valor não pago terá de ser
pago posteriormente, a que se somam juros.Quanto
à medida de bonificação de juros (uma parte dos juros do crédito à
habitação é paga pelo Estado), entre novembro de 2023 e fevereiro de
2024, os bancos receberam 56.855 pedidos de bonificação de juros e
beneficiaram da bonificação 20.352 créditos, disse hoje o Banco de
Portugal. Segundo o BdP, a principal razão
para não beneficiarem da bonificação dos juros foi que a taxa de
esforço do cliente era inferior a 35% (71% dos pedidos recusados), sendo
o segundo motivo o rendimento anual do cliente ser superior ao limite
máximo definido a lei (4,4% dos pedidos rejeitados).O valor médio da bonificação mensal entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024 foi de 62 euros. O
Relatório de Supervisão Comportamental, hoje divulgado, indica ainda
que o número de créditos à habitação em Plano de Ação para o Risco de
Incumprimento (PARI) aumentou de forma significativa em 2022. O total de
contratos integrados em PARI passou de 107 mil em 2022 para 513 mil em
2023.Segundo o BdP, o aumento justifica-se
pela mudança na lei no final de 2022 que forçou os bancos a serem mais
proativos na avaliação do risco dos clientes e integrarem créditos em
que avaliam algum risco em PARI."Neste
contexto, 72,5% dos processos PARI iniciados em 2023 enquadraram-se no
regime extraordinário estabelecido pelo Decreto-Lei 80-A/2022", afirma o
BdP, acrescentando que as suas ações fiscalizadoras também levaram a
"um incremento do número de processos PARI iniciados a partir de
setembro".