Finlândia garante que não aceitará bases militares ou armas nucleares da NATO
19 de mai. de 2022, 11:57
— Lusa/AO Online
"Ninguém virá
até nós para nos impor armas nucleares ou bases permanentes, se não as
quisermos. Por isso, acho que a questão não se coloca. Não me parece que
haja interesse em colocar armas nucleares ou abrir bases militares na
Finlândia”, disse a chefe de Governo finlandesa, numa entrevista hoje
publicada pelo jornal italiano Corriere della Será.Sobre
a oposição de Ancara à entrada na NATO da Finlândia e da Suécia, Marin
reafirmou que, "nesta fase, é importante manter a calma, conversar com a
Turquia e com todos os outros países membros, responder a quaisquer
dúvidas que possam existir e corrigir quaisquer mal-entendidos".No
que respeita à reação de Moscovo ao pedido de adesão à NATO dos dois
países escandinavos, Marin garantiu que o Presidente finlandês, Sauli
Vainamo Niinisto, conversou telefonicamente com o Presidente russo,
Vladimir Putin, tendo obtido deste uma "reação surpreendentemente
calma"."Esperamos que não haja ataques do
lado russo. Mas, se houver, estamos bem preparados para lidar com
qualquer situação, incluindo com ataques cibernéticos ou híbridos",
acrescentou Marin.A primeira-ministra
finlandesa espera que, apesar da possível entrada na Aliança, o seu país
continue a ser um intermediário e mediador de conflitos."Na
verdade, a decisão de solicitar a adesão à NATO é um ato de paz, para
tentar garantir que nunca haverá uma guerra em solo finlandês"."Infelizmente,
nem todos os países pensam assim. A Rússia não pensa assim. Atacou a
Ucrânia, matando civis, crianças, mães, idosos. Agindo de forma
inaceitável”, lamentou a chefe de Governo finlandês.Marin
explicou que, exatamente por causa da ameaça que constitui a Rússia –
com quem a Finlândia partilha uma longa fronteira – o seu Governo já
gasta mais de 2% do PIB em Defesa (como exigem os acordos com a NATO) e
há décadas que investe muito em segurança.Os
embaixadores da Finlândia e da Suécia junto da NATO entregaram na
quarta-feira de manhã os pedidos de adesão dos dois países à
organização, no que o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens
Stoltenberg, classificou como um momento “histórico”.