A decisão deve ser anunciada oficialmente no próximo domingo em Helsínquia.O
Presidente finlandês referiu na quarta-feira que uma adesão da
Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico-Norte (NATO) não será
“contra ninguém”."Ser membro da NATO vai
reforçar a segurança da Finlândia. Como membro da NATO, a Finlândia vai
reforçar a aliança no seu conjunto. A Finlândia deve ser candidata à
adesão à NATO sem demora", afirmaram o chefe de Estado,
Sauli Ninistro, e a primeira-ministra, Sanna Marin, num comunicado
conjunto. A posição que foi comunicada
hoje prevê o pedido de adesão à NATO por parte da Finlândia apesar de
terem de ser cumpridas algumas etapas antes de se iniciar o processo
formal.A Suécia pode igualmente tomar a mesma decisão referente à adesão à Aliança Atlântica.A Finlândia partilha 1.340 quilómetros de fronteira terrestre com a Rússia.A
Rússia já ameaçou que a decisão pode vir a ter "efeitos políticas e
militares" para a Suécia e para a Finlândia em caso de adesão à NATO. Caso
se verifique um pedido formal de adesão vai ter de ser cumprido um
período provisório entre a entrega da candidatura até à ratificação por
parte dos parlamentos dos 30 Estados membros da organização."Agora
que estamos próximos do momento da decisão, partilhamos objetivos
comuns assim como partilhamos informação com os grupos parlamentares e
os partidos políticos (da Finlândia)", refere ainda a nota conjunta da
presidência e do Executivo finlandeses, distribuída hoje."A
Finlândia deve apresentar a candidatura sem demora. Esperamos que as
medidas a nível nacional que ainda são necessárias para tomarmos essa
decisão sejam aplicadas rapidamente nos próximos dias", sublinham as
duas entidades. A declaração ocorre um dia
depois da visita do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, à
Finlândia e à Suécia, em que foram ratificados os acordos de cooperação
militar com o Reino Unido.O acordo prevê ajuda de Londres à Finlândia e à Suécia em caso de ataque. Em
2017, a Suécia e a Finlândia aproximaram-se do Comando Expedicionário
Britânico, uma força que foi concebida para flexibilizar respostas
militares rápidas. O acordo conjunto de
2017, que usa os padrões e a doutrina da NATO, já previa a atuação em
parceria com a Aliança Atlântica, Nações Unidas e coligações
multinacionais.A força conjunta, operacional desde 2018, realizou uma série de exercícios em cooperação com a NATO. Desde
a invasão da Ucrânia pela Rússia, no passado dia 24 de fevereiro, a
Finlândia e a Suécia começaram a ponderar o abandono da neutralidade
história e aderir formalmente à NATO.A
Finlândia como membro da NATO constitui a maior alteração na política de
defesa e de segurança do país nórdico desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), quando travou duas guerras contra a União Soviética.Durante
o período da Guerra Fria, a Finlândia ficou longe da NATO para evitar
provocar a União Soviética, optando por permanecer como país neutral,
mantendo boas relações com Moscovo e também com Washington.Nas
últimas semanas, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse
que a aliança militar acolheria a Finlândia e a Suécia — países com
Forças Armadas "fortes e modernas" — "de braços abertos" e espera que o
processo de adesão seja rápido e tranquilo.