Financiamento do lado da igreja estimado, até agora, em pelo menos 80 ME
JMJ
27 de jan. de 2023, 08:57
— Lusa/AO Online
“80 milhões de euros
é o valor que conseguimos ver no orçamento de 2023 nas nossas
responsabilidades”, disse Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa,
presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 e coordenador geral do Comité
Organizador Local (COL) em conferência de imprensa ao fim da tarde na
sede da Fundação, em Lisboa.Américo Aguiar
mostrou-se relutante em falar de números ao longo da conferência de
imprensa, apesar de repetir por diversas vezes que os custos vão ser
partilhados “ao cêntimo”.“O que tenho
receio é que podemos assustar as pessoas com este número sem elas
perceberam a dimensão do evento”, disse o bispo auxiliar, na conferência
de imprensa a propósito da polémica provocada pela divulgação dos
custos do altar-palco onde o Papa Francisco irá celebrar a missa final
da JMJ, em agosto, e que supera os cinco milhões de euros.Para
além de um valor global de 80 milhões de euros já estimado, mas que
pode ainda aumentar, Américo Aguiar referiu de forma parcelar, que os
custos previstos só para a alimentação dos peregrinos ultrapassam os 30
milhões de euros.O memorando de
entendimento assinado com as entidades que organizam a JMJ 2023 prevê
que a igreja assume a responsabilidade e custos de tudo o que diga
respeito ao acolhimento dos peregrinos, explicou o coordenador do
evento, referindo que “no fim assumirá os prejuízos”, se houver.
Eventuais lucros serão entregues às autarquias de Lisboa e Loures para
projetos relacionados com a juventude.Recusou,
no entanto, fazer qualquer estimativa de encaixe financeiro, referindo
que há já mais de 420 mil peregrinos pré-inscritos, mas isso não se
traduz em pagamentos efetuados. O evento conta com financiamento de
donativos de empresas e famílias, que serão também divulgados numa lista
a tornar pública.O bispo auxiliar negou
que o financiamento assente em donativos signifique que não há qualquer
investimento da igreja católica portuguesa no evento, referindo, por
exemplo, que a estrutura já montada e em funcionamento para organizar a
JMJ 2023 está a ser financiada pela igreja.Sublinhou,
no entanto, que “a igreja em Portugal nunca teria a possibilidade de
organizar a JMJ sem a colaboração do Estado” e que outras jornadas
tiveram também financiamento dos Estados nos respetivos países onde
aconteceram.Sobre o retorno expectável do
evento, Américo Aguiar disse ainda que foi formalizado na quarta-feira
um protocolo com o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da
Universidade de Lisboa para contabilizar esse retorno, estando o
trabalho a ser coordenado pelo economista João Duque.A
Jornada Mundial da Juventude é o maior encontro de jovens católicos de
todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre
julho e agosto.A Jornada Mundial da
Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai
realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas
cerca de 1,5 milhões de pessoas.As
principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do
Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos
concelhos de Lisboa e Loures.As jornadas
nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do
encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.