Finanças dizem que rigor das contas públicas e metas orçamentais refletem-se nas previsões do FMI

1 de dez. de 2018, 08:59 — Lusa/Ao online

Num comunicado emitido no final de mais uma missão de acompanhamento de avaliação pós-programa de assistência financeira, o ministério salientou que "as instituições internacionais atestam progressos significativos em áreas-chave da economia portuguesa, com especial destaque para a forte dinâmica das exportações, a recuperação do investimento e a diminuição do endividamento das famílias e das empresas"."Depois de 20 trimestres consecutivos de crescimento económico com incidência setorial alargada, o mercado de trabalho continua a dar sinais de vitalidade com a taxa de desemprego a descer para 6,6% em setembro, o nível mais baixo desde setembro de 2002, enquanto o emprego cresce 2,1% em termos homólogos. O risco de pobreza e a desigualdade da distribuição de rendimento, segundo os dados mais recentes, continuam em queda", referiu o comunicado emitido pelo gabinete de Mário Centeno.Entre terça-feira e hoje realizaram-se as consultas técnicas da sétima missão de avaliação de pós-programa de assistência financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da nona missão de avaliação de pós-programa da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Mecanismo Europeu de Estabilidade.Segundo o Ministério das Finanças, estas missões ocorrerão regularmente até que Portugal salde uma parte significativa dos empréstimos recebidos no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro aplicado entre 2011 e 2014.De acordo com o comunicado, "a trajetória de redução da dívida pública será consolidada com o pagamento, até ao final do ano e de forma antecipada, do remanescente da dívida ao FMI, num montante equivalente a 4,7 mil milhões de euros”.“A medida ocorre num contexto de condições de mercado favoráveis e contribui para a gestão mais eficiente da dívida pública", adiantou.Assim que se conclua o pagamento integral deste empréstimo, Portugal sairá do processo de monitorização do FMI.O Governo prometeu que continuará, em 2019, "o rumo prosseguido ao longo da legislatura, através de uma gestão rigorosa das contas públicas e do fomento da competitividade da economia, tendo por objetivo a promoção de um crescimento sustentado e inclusivo, numa perspetiva de médio e longo prazos"."Neste quadro, o Governo continuará a implementação do Programa Nacional de Reformas de forma decidida, dando resposta aos desafios que se colocam ao país", foi afirmado na nota de imprensa.A equipa do FMI que tem estado em Lisboa também emitiu um comunicado em que disse que prevê que a economia portuguesa continue a desacelerar, estimando um crescimento de 2,2% em 2018, e apontou que o défice deverá ser de 0,4% em 2019, acima do antecipado pelo Governo.O FMI reconheceu que tem sido feito um “importante progresso” para reparar os balanços dos bancos, mas alertou para a necessidade de continuar a ser feito um esforço para reduzir as vulnerabilidades.Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal vai pagar até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao FMI, num discurso na Assembleia da República em que salientou a importância de se reduzirem encargos para futuro.