Finanças deram 'luz verde' para IP Telecom investir nos cabos submarinos dos Açores e Madeira
1 de jul. de 2020, 06:25
— Lusa/AO Online
Contrariando
“algum alarmismo” sobre os cabos submarinos, o secretário de Estado
Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, disse que “a
obsolescência dos cabos aponta para 2024, 2025”, explicando que o
período de instalação são dois ou três anos, pelo que o investimento
deve começar em 2022, após decorrer concurso público e adjudicação da
obra.O governante falava numa audição
parlamentar na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e
Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, após ter sido
questionado pelo deputado do PS Carlos Pereira sobre os cabos
submarinos, porque “estão em fim de vida”.“Não
há tempo a perder, isso é verdade, porque às vezes falamos em 2025,
parece que o prazo é longínquo, não é longínquo, não há tempo a perder,
mas estamos com tempo e, sobretudo, queria chamar a atenção que, mesmo
estes cabos, não deixam de funcionar de um dia para o outro”, declarou o
governante, assegurando que, se for preciso que funcionem mais cinco
anos, os cabos submarinos funcionam.De
acordo com o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, a empresa
responsável pelo investimento nos cabos submarinos que ligam as regiões
dos Açores e da Madeira vai ser a IP Telecom.“A
verdade é que o país e as comunicações com as ilhas e entre as ilhas
precisam de reforçar a capacidade e de apostar em cabos de nova geração
e, também, num modelo de negócio que seja exclusivamente grossista que
garanta a acessibilidade igual para todos os operadores”, apontou
Alberto Souto de Miranda.Neste momento, o
Ministério das Finanças já deu ‘luz verde’ à proposta de resolução do
Conselho de Ministros, portanto “nos próximos dias” será agendado para o
Conselho de Ministros, para aprovação da respetiva resolução.Em
09 de junho, o presidente da Autoridade Nacional de Comunicações
(Anacom), João Cadete de Matos, anunciou que a IP Telecom vai ser
responsável pela "gestão dos cabos submarinos" que ligam as regiões dos
Açores e da Madeira.João Cadete de Matos falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação."Tenho
dito repetidas vezes" que a questão dos cabos submarinos dos Açores e
Madeira é um "problema do país", que só tem "a ganhar com as plataformas
atlânticas", salientou, referindo que a confirmação que tem do ministro
das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, é que o "Governo irá com muita
celeridade tomar uma decisão relativamente às recomendações que foram
feitas" pelo grupo de trabalho que estudou o tema.Acrescentou
que o Governo "terá aceitado uma das recomendações do grupo de trabalho
relativamente à existência de um operador público responsável pela
gestão dos cabos submarinos", sublinhando que isso "é essencial para que
seja um operador grossista neutro, que assegure a qualidade do
funcionamento" e os preços competitivos para que os Açores e a Madeira
"não tenham nenhuma discriminação quer quanto às ofertas, para que
exista concorrência, quer quanto às capacidades" dos cabos submarinos.