Finaciamento do sistema universitário deve mudar "drasticamente"
27 de jul. de 2022, 15:04
— Lusa/AO Online
“O
próprio financiamento do sistema universitário tem de ser mudado
drasticamente”, disse a governante, no Funchal, após uma reunião na
Universidade da Madeira (UMa).Elvira
Fortunato referiu que o problema do subfinanciamento da universidade
madeirense foi um dos temas abordados no encontro que teve com o reitor
da UMa e com a comunidade educativa.“Estamos
há três meses no Governo e é evidente que não se ia alterar qualquer
coisa que durante mais de uma década nunca ninguém mexeu”, argumentou.A
responsável assegurou que o objetivo do Governo é alterar o
financiamento “de uma forma justa, coerente”, apontando que “futuramente
mais resultados poderão surgir”.Também
destacou que a questão da ultraperiferia da UMa esteve em cima da mesa
nesta reunião, declarando: “Por alguma razão as nossas primeiras visitas
a universidades foram aos Açores e Madeira. Penso que isso também é
revelador da nossa preocupação” nesta matéria.Elvira
Fortunato, que efetua a primeira visita oficial à Madeira, destacou que
está a realizar “um roteiro por todas as instituições” do ensino
superior do país, com o propósito de “conhecer o sistema”.A
ministra acrescentou que a deslocação à instituição da Madeira visou
“perceber quais são as necessidades, quais são os problemas e onde
ajudar”, embora admitindo que “parte estão identificados”.“Além
do financiamento a mais que queremos trazer para a área da Ciência e
Ensino superior, precisamos saber exatamente quais são as necessidades
de cada instituição, que são todas diferentes”, visto que cada uma “tem
as suas especificidades”, mencionou.A
responsável afirmou levar da Madeira “uma lista grande de preocupações”,
adiantando que estão a “trabalhar para obter soluções”.Questionada
sobre compromissos assumidos com a Universidade da Madeira, respondeu:
“Vamos trabalhar para resolver esses problemas, compromissos muito
específicos que não podemos dizer”.Sobre
os problemas identificados, enunciou a falta de financiamento para
infraestruturas na área da ciência: reequipamentos, manutenções de
laboratórios, equipamentos, a carga docente, a falta de docentes.“Portanto,
há vários problemas que têm de ser equacionados. Vamos trabalhar em
conjunto, não só com a Universidade da Madeira. Trabalhamos com todo o
sistema nacional, com todas as universidades. Há problemas comuns, há
problemas que são específicos. Sobretudo, vamos tentar melhorar”,
argumentou.Elvira Fortunato assegurou que vão “equacionar todos os problemas”, nomeadamente os do curso de Medicina.“Portanto,
tomamos nota das necessidades, dos problemas e vamos trabalhar em
equipa. Se trabalharmos todos em equipa e para objetivos comuns, de
certeza que conseguimos atingir esses objetivos”, concluiu.Por
seu turno, o reitor da Universidade da Madeira, José Sílvio Fernandes,
apontou que a pretensão da instituição não é só que a “preocupação
[financiamento] e exigência seja satisfeita”.“O
que queremos é que seja enquadrada num processo mais vasto”, enfatizou,
defendendo a efetivação “de um contrato programa vasto onde estes itens
todos sejam conjugados” para permitir ao Governo central, ao regional e
à universidade “chegar a conclusões que permitam a resolução destes
problemas”, vincou.José Sílvio Fernandes
sublinhou que esta situação deve ser encarada com “realismo”, porque os
“problemas não se resolvem de um dia para o outro” e que as instituições
devem estar abertas a “também encontrar soluções inovadoras para a
resolução dos problemas”.Para o reitor,
nem “todos os problemas se resolvem com adicionar dinheiro”, pelo que
“as estruturas também devem mudar por dentro” e “estar aptas à mudança”.