Fidelidade diz que atribuição de indemnizações vai demorar mas garante apoio
Acidente/Elevador
Hoje 17:34
— Lusa/AO Online
“Estes
processos tendem a ser um pouco mais longos. Nós já pagámos despesas de
todas estas vítimas, digamos assim. Despesas com tratamentos
hospitalares, de viagens, aos familiares”, disse Rogério Campos
Henriques em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, divulgada
este fim de semana.Segundo o responsável,
este tipo de processo “tipicamente é moroso porque falta definir muito
claramente o valor das indemnizações no caso das mortes”.Rogério
Campos Henriques apontou que para que se chegue a esse valor é preciso
ter em conta diversas variáveis, como a idade da vítima, a sua situação
familiar, danos morais que foram ou não incorridos ou até mesmo a
identificação de herdeiros, tornando-se num processo longo.“É
um processo que vai demorar, o que nós asseguramos é que,
independentemente do tempo que este processo demore, ninguém fica
desamparado”, acrescentou o executivo, que não quis especificar o valor
provisionado pela seguradora para este caso, referindo que “são vários
milhões de euros”.O descarrilamento do
elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no
dia 03 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre
portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.Na
mesma entrevista, realizada no âmbito do programa Conversa Capital,
Rogério Campos Henriques apontou que tem havido um abrandamento do
número de seguros de saúde – tendo a Multicare mais de 1.200.000 pessoas
seguradas –, e “um aumento, sobretudo, da utilização”.“O
seguro de saúde em Portugal, quando foi criado, tinha uma perspetiva
complementar, acrescentava uma camada de serviço, de conveniência, que,
nos últimos anos, face a alguma dificuldade do Serviço Nacional de Saúde
(SNS) se ampliou e, portanto, há mais oferta e as pessoas usam mais o
seguro de saúde”, afirmou, dizendo que tal “também explica por que é que
o custo do seguro de saúde tem vindo a subir”.Na
ótica da subida dos prémios dos seguros, Rogério Campos Henriques
estimou que os preços dos seguros de saúde deverão continuar a subir no
próximo ano, mas abaixo dos 7% registados este ano, e que a subida
também deverá acontecer noutros ramos.No
caso do ramo automóvel, o responsável registou que não houve uma descida
do número de sinistros e que o custo das reparações aumentou. Em
particular, apontou que o custo médio da reparação dos veículos
elétricos é superior ao das reparações de veículos de combustão interna.No
caso de fenómenos atmosféricos severos, como Martinho e Cláudia, o CEO
da Fidelidade apontou que “custaram largas dezenas de milhões de euros,
no seu conjunto”.Sobre a construção da
nova sede do Banco de Portugal em Entrecampos, Rogério Campos Henriques
disse que está a avançar e que o calendário está a ser cumprido, tendo
já falado com o novo governador, Álvaro Santos Pereira.