"Fico muito triste" com "esta cultura de suspeição generalizada" - ministro da Economia

17 de jan. de 2023, 17:09 — Lusa

António Costa Silva, que falava no parlamento, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito de uma audição regimental, respondia assim ao deputado do Chega Pedro Pinto, que o instou a comentar sobre a notícia de novembro que dava conta que o secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, estava a ser investigado por alegada violação da contratação pública."Todos os cidadãos podem ser investigados e isso não acolhe nada em termos de qualquer culpabilidade, o senhor secretário de Estado não foi arguido, não foi acusado e, portanto, dá-me todas as condições", afirmou António Costa Silva."Conheço o senhor secretário de Estado do Mar há já algum tempo, é uma pessoa que é extremamente dedicada à causa pública, tem uma vida dedicada à causa pública que explica por si só o seu empenho", prosseguiu o governante, que lamentou a cultura de suspeição generalizada."Fico muito triste com um país que cultiva, que tem esta cultura da suspeição generalizada, sobre tudo e sobre todos", enfatizou o ministro da Economia e do Mar.O governante sublinhou que é preciso "defender a decência", salientando que não há qualquer acusação, existe uma investigação, pelo que é preciso aguardar."Temos os nossos órgãos judiciais que funcionam, temos um Estado de Direito, e quando as pessoas cometem crimes ou prevaricam são sancionadas", apontou António Costa Silva.O secretário de estado do Mar "tem uma carreira que fala por si, está acima de qualquer dessas suspeitas, é investigado, reinvestigado, nunca foi acusado, e nós não vamos aqui inverter o ónus da prova, as pessoas só são culpadas quando são condenadas em tribunal", sublinhou. "Tenho uma crença muito grande no Estado de Direito", rematou sobre o tema.António Costa Silva também foi questionado sobre as razões de saída dos secretários de Estado do Turismo e da Economia do seu ministério no final do ano passado, e se há estabilidade."Já tenho uma experiência de vida longa, sou um homem sereno e tranquilo, sempre focado nos objetivos", começou por responder, assegurando que a equipa do ministério é "coesa, estável".Aliás, "como todas as equipas pode ter alterações, o que importa é o programa, a política, a vontade e a dedicação e isso, no nosso caso, não falha", asseverou o governante.O deputado do Chega insistiu sobre as razões e se se deveu a divergências sobre a política fiscal. "Penso que essa questão está hoje completamente ultrapassada", disse o ministro."O que estamos a fazer aqui é a olhar para o futuro, sobre as divergências, nós muitas vezes temos divergências connosco próprios quando olhamos para os problemas complexos, o que se trata aqui é ao nível das equipas, ter equipas que consigam rematar à baliza e não passem sempre a bola para trás. E nós temos que fazer isso sempre", concluiu.