Festival Mais Jazz arranca sexta-feira em Angra do Heroísmo
23 de mai. de 2019, 13:33
— Lusa/AO Online
“Ao longo
de sete anos deste projeto, conseguimos atingir um patamar de festival
internacional de jazz e este ano acho que nos assumimos verdadeiramente
como um cartaz cultural da cidade de Angra do Heroísmo”, afirmou, em
declarações à Lusa, a produtora e criadora do festival Daniela Silveira.O
projeto Mais Jazz – na altura ainda não se assumia como festival –
nasceu em 2012, em plena crise financeira, como resposta à falta de
palcos que dessem oportunidade aos músicos com influências no jazz para
se darem a conhecer na ilha Terceira.“Era
um projeto que visava promover jovens artistas, ter mais um palco para
os artistas regionais na ilha Terceira, porque na altura a oferta era
bastante escassa, principalmente na área do jazz. Já havia projetos de
jazz regionais e que não conseguiam palcos para tocar”, lembrou a
produtora.Numa ilha que se apaixonou pelo
jazz, sobretudo por influência dos militares ingleses e norte-americanos
na base das Lajes, Daniela Silveira quis cativar também as gerações
mais novas.“Vimos aqui uma oportunidade de
dar continuidade à história do jazz que já leva mais de 80 anos de
história aqui na ilha Terceira e de acrescentar alguma história mais
urbana, mais moderna, mais jovem”, salientou.Durante
sete anos, desenvolveu o projeto praticamente sozinha, com a
colaboração de jovens voluntários e recorrendo a parcerias com outras
entidades, mas este ano pretende criar uma entidade coletiva, com uma
equipa de profissionais, que não só organize o festival, como promova o
jazz junto dos mais novos.“A partir de
2020 vamos ter uma estratégia mais focada nos jovens, não só com
atividades ligadas às artes e ao jazz, mas também com formação artística
e musical. Aí sim julgo que vamos começar a captar muito mais público
jovem”, frisou.Para além de promover o
jazz nos Açores, a associação cultural, cujo nome ainda não foi
divulgado, terá também como objetivo a divulgação dos projetos de jazz
açorianos fora do arquipélago.“Tentaremos
também afirmar a cultura açoriana dentro deste género musical e levar
quem sabe, com intercâmbios, os nossos artistas regionais a outros
palcos”, avançou Daniela Silveira.A oitava
edição do festival Mais Jazz arranca esta sexta-feira, no Teatro
Angrense, com Blubell, “um dos nomes mais relevantes da música
contemporânea brasileira”, segundo a organização.Com
cinco discos lançados, a cantora e compositora já fez uma tournée pelo
Japão e participou no festival internacional Lollapalooza, estreando-se
agora em Portugal.No mesmo dia, atua a brasileira Beatriz Rodarte, cantora e compositora de São Paulo, que conta já com três álbuns.No sábado, sobe ao palco o Karlos Rotsen Trio, com músicos franceses e espanhóis e influências do jazz caribenho.O
pianista, natural da ilha Martinica (França), a viver atualmente em
Portugal, Karlos Rotsen, atua na mesma noite com o rapper do Zimbabué,
Synic.