Festival Internacional dos Açores volta em setembro com 40 eventos nas nove ilhas
10 de jul. de 2024, 11:08
— Lusa/AO Online
“Um
festival que acontece num arquipélago de nove ilhas, onde cada ilha tem
uma identidade muito própria, também tem de se adaptar a cada cidade
para conseguir unificar todas as sinergias”, explicou à agência Lusa
Tiago Nunes, da CulturXis.A 19.ª edição do
festival, prosseguiu, vai apresentar uma “programação completamente
plural, que vai desde a música clássica, ao jazz, às artes cénicas, a
vários eventos participativos com a própria comunidade”.O
FIA vai arrancar a 08 de setembro no Centro Cultural e de Congressos de
Angra do Heroísmo com o espetáculo “Arte em Nós – Fuga: E se a coragem
tivesse um gesto, qual seria?”, com direção artística da coreógrafa
Teresa Simas.“É um projeto ligado às
memórias do 25 de Abril. Vamos ter a Teresa Simas a trabalhar com dois
bailarinos profissionais e grupos de amadores da ilha Terceira. Vai ser
montando com a comunidade local e agentes culturais da ilha”, adianta.O
Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, vai acolher a 15 de setembro a
peça de teatro “O meu amigo H” (de Albano Jerónimo e Cláudia Lucas Chéu)
e a 20 de setembro uma “viagem das músicas do mundo até ao fado” com a
cantora Cristina Clara.A 13 de setembro,
também no Teatro Micaelense, vai acontecer um concerto da Sinfonieta de
Ponta Delgada com a pianista Gulsin Onay e a soprano Carla Caramujo, que
vai destacar a obra de Chopin e árias de ópera italiana e francesa.“Toda a programação vai ter esta dinâmica plural”, realça Tiago Nunes.Em
Angra do Heroísmo, a 11 de setembro, realiza-se um concerto (com
entrada livre) do trio Pavel Gomziakov, Andreï Korobeinikov e Tatiana
Samouil em homenagem ao compositor russo Sergei Rachmaninoff e um
recital de piano de George Harliono, a “estrela das redes sociais” que é
um dos “pianistas mais importantes da sua geração”, a 20 de setembro.A
cantora Sofia Escobar vai subir ao palco do Teatro Angrense a 21 de
setembro com o espetáculo “Do West End à Broadway”, que vai evocar o
“melhor dos musicais”.“O FIA é um festival
de música completamente diferente dos outros festivais em Portugal
porque vive toda esta magia e a parte humana que se leva a cabo nos
vários eventos”, sinaliza o organizador.A
programação final, que vai passar pelas nove ilhas açorianas e inclui
palestras e formações, só vai ser totalmente revelada “em breve”, mas já
foram anunciados os concertos de Herman José e Gulsin Onay no Faial (a
28 e 17 de setembro, respetivamente) e de Luísa Tender no Pico (20 de
setembro).Também já foram divulgados os
concertos do maestro António Victorino de Almeida em São Jorge (21 de
setembro) e do guitarrista Bruno Chaveiro na mais pequena ilha do
arquipélago, o Corvo, que vai demonstrar “toda a potencialidade da
guitarra portuguesa” (a 19 de outubro).“O
nosso objetivo de programação, associado ao tema do festival ‘O fogo que
se fez terra’, é a ideia de metamorfose. O fado tradicional de um
cantor acompanhado por duas guitarras é mais do que isso. O fado
evoluiu”, realça o diretor do FIA.Tiago
Nunes defende ainda que é através dos “concertos de fusão” que se “criam
públicos”, permitindo aos espetadores “experimentar novas realidades”.“O
objetivo para o qual trabalhámos são novas fusões e novas experiências
para assim a arte e a cultura trazer o bem às pessoas e podermos abrir
horizontes através das grandes culturas que vão constar durante os dois
meses de festival”, concluiu.O FIA foi
criado em 1984 pelo então diretor regional de Cultura, Jorge Forjaz, e
pelo músico Adriano Jordão, tendo sido suspenso em 2002 e retomado em
2021 pela associação CulturXis.