Festival de Cannes atribui Palma d'Ouro ao estúdio japonês de animação Ghibli
17 de abr. de 2024, 18:26
— Lusa
“Pela
primeira vez na sua história, não é uma personalidade, mas uma
instituição que queremos celebrar”, afirmou a presidente do festival,
Iris Knobloch, e o delegado-geral, Thierry Frémaux, a propósito dos
estúdios Ghibli, responsáveis “por uma das grandes aventuras da
cinefilia, entre a tradição e a modernidade”.A
Palma de Ouro de Honra de Cannes será, assim, atribuída a um coletivo
que, nos anos 1980, fundou um dos mais emblemáticos e acarinhados
estúdios de animação no Japão: os realizadores Hayao Miyazaki, que tem
83 anos, e Isao Takahata, que morreu em 2018, e o produtor Toshio
Suzuki, atualmente com 75 anos.Foi dos
estúdios Ghibli que nasceram filmes como “O Túmulo dos Pirilampos”
(1988) e “Pom Poko: A grande batalha dos Guaxinis” (1994), de Takahata, e
ainda “O meu vizinho Totoro” (1988), “A princesa Mononoke” (1997) e “A
viagem de Chihiro” (2001), todos de Miyazaki.O
estúdio foi fundado depois do sucesso do filme de animação “Nausicaa do
vale do vento”, de 1984, assinado por Hayao Miyazaki a partir de uma
série de banda desenhada que o autor tinha criado.Em
2023, ano em que se estreou “O rapaz e a garça”, apresentado como o
derradeiro filme de Miyazaki, os estúdios Ghibli passaram a ser uma
subsidiária da estação de televisão nipónica NTV.“Realmente
percorremos um longo caminho para que o estúdio Ghibli se tornasse uma
organização tão grande. Embora Miyazaki e eu tenhamos envelhecido
consideravelmente, tenho a certeza de que o estúdio Ghibli continuará a
enfrentar novos desafios, liderados pela equipa que dará continuidade ao
espírito da empresa”, afirmou Toshio Suzuki, citado no comunicado de
Cannes.O festival de cinema de Cannes,
marcado de 14 a 25 de maio, já tinha anunciado antes que também
atribuirá um prémio de honra ao realizador e produtor norte-americano
George Lucas.