Festival AngraJazz regressa em 2021 com lotação esgotada
30 de set. de 2021, 10:40
— Lusa/AO Online
“Os
dois últimos dias estão esgotados e o primeiro tem quatro, seis lugares
à venda. De resto já foi tudo vendido. A adesão foi enorme”, adiantou o
membro da direção da associação cultural AngraJazz, que organiza o
festival, na ilha Terceira, desde 1999.
Bill Frisell, Anat Cohen, Trineice Robinson, Vincent Meissner e Jeffery
Davis são alguns dos nomes que integram o cartaz da 22.ª edição do
AngraJazz, que decorre nos dias 01, 02 e 04 de outubro, no Centro
Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.
Este
ano, devido à pandemia de Covid-19, “a lotação está reduzida a pouco
mais de 50%”, por isso os bilhetes esgotaram “mais rapidamente”.Segundo
José Ribeiro Pinto, há, no entanto, uma vontade da população de
regressar aos espetáculos, já notória, por exemplo, no Jazz na Rua, que a
associação promoveu nos dias que antecederam o festival, com nove
espetáculos gratuitos em cafés, restaurantes e outros espaços na cidade
de Angra do Heroísmo.“Todos os concertos
têm tido muitíssimo mais público do que em anos anteriores. Parece que
as pessoas estavam um pouco ansiosas que houvesse coisas”, revelou.A
organização repete, este ano, o modelo de anos anteriores para o
festival: três grupos dos Estados Unidos da América, um da Europa, um
português e a orquestra da casa.Bill
Frisell e Anat Cohen, que já tinham sido confirmados para a edição de
2020, que teve de ser adiada por um ano, atuam no último dia do
festival.“São dois músicos absolutamente
extraordinários. Ele é considerado o segundo melhor guitarrista do
mundo, ela é considerada a melhor clarinetista do mundo, no jazz, claro.
São dois grupos absolutamente fantásticos e muito famosos, que tivemos a
sorte de apanhar”, afirmou o organizador, que faz um programa de rádio
sobre jazz há quase 30 anos.Mais de duas
décadas depois da primeira edição do AngraJazz, é agora mais fácil para a
organização atrair músicos de renome à cidade de Angra do Heroísmo,
segundo José Ribeiro Pinto.“Nós temos hoje
em dia uma série de agentes internacionais que nos conhecem muitíssimo
bem e que estão constantemente a enviar-nos propostas para nós
contratarmos os músicos que eles representam”, avançou.“É
uma das grandes conquistas que obtivemos ao longo dos últimos anos, foi
tornar o festival muitíssimo conhecido. É hoje, sem dúvida nenhuma, um
dos três maiores festivais portugueses e é conhecido
internacionalmente”, acrescentou.O público
de fora do arquipélago também já vai conhecendo o festival, mas este
ano a organização optou por não fazer promoção internacional, porque só
conseguiu confirmar que teria condições de segurança para realizá-lo no
mês de junho.“Para ano pensamos que volta
tudo à normalidade, praticamente, por isso, pensamos, se tudo correr
bem, promover o festival com antecedência e trazer jornalistas
estrangeiros. Nos últimos dois anos, 28% do público era de fora da
região. Já dá sinal do reconhecimento e do interesse que as pessoas têm
em vir aos Açores ver o festival”, salientou.Com
um orçamento de 110 mil euros, o festival arranca na sexta-feira com a
orquestra Angrajazz, composta por músicos locais, que apresenta um
concerto de comemoração do 130.º aniversário do nascimento de Cole
Porter, com arranjos de Zé Eduardo, seguindo-se a atuação do trio do
pianista alemão Vincent Meissner.O segundo
dia do festival abre com o quinteto português de Jeffery Davis,
vibrafonista nascido no Canadá, que se mudou para Portugal aos 4 anos,
atuando ainda o quarteto do saxofonista Don Braden, acompanhado pela
cantora Trineice Robinson, dos Estados Unidos.A
última noite será também marcada pelo jazz norte-americano, primeiro,
com o trio do guitarrista Bill Frisell, e depois com o decateto da
clarinetista Anat Cohen.