Festival AngraJazz nos Açores com lotação quase esgotada
29 de set. de 2022, 18:36
— Lusa/AO Online
“A venda de bilhetes está a
decorrer muitíssimo bem. Temos tido mais vendas do que nos anos
anteriores. A uma semana do início do festival, temos mais bilhetes
[vendidos] do que era habitual”, adiantou, em declarações à Lusa, José
Ribeiro Pinto, da associação cultural AngraJazz, que organiza o festival
desde 1999, em Angra do Heroísmo.Joe
Dyson, Samara Joy, Belmondo Quintet e Guillermo Klein são alguns dos
nomes que integram o cartaz da 23.ª edição do AngraJazz.A
lotação do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo ainda
não está esgotada, mas já restam poucos bilhetes, segundo Ribeiro Pinto.“Tradicionalmente,
o dia da cantora esgota. Já há muitos anos que isso acontece. Estamos à
espera que volte a acontecer. Por outro lado, há de facto este
entusiasmo, este ano, pelo último dia que é, de facto, fantástico”,
salientou.“As pessoas estão com saudades.
No ano passado, ainda por cima, a sala foi limitada a metade da lotação,
portanto muita gente ficou de fora”, acrescentou.Em
2018 e 2019, mais de um quarto da plateia do festival foi preenchido
por pessoas que chegaram de fora da ilha, incluindo 7% do estrangeiro.Há
dois anos que a organização não aposta na promoção internacional do
festival, apoiada em anos anteriores pelo Turismo de Portugal,
mas acredita que a tendência se vai manter.“A
nível nacional, o festival é conhecidíssimo. É considerado um dos três
melhores festivais de jazz que se realizam em Portugal. Esperamos ter
uma belíssima assistência de fora”, vincou o membro da associação
cultural AngraJazz.O festival só arranca
no dia 06, mas antes de subirem ao palco grandes nomes internacionais, a
cidade de Angra do Heroísmo enche-se de jazz, durante nove dias, com
concertos gratuitos de músicos locais e nacionais em bibliotecas,
restaurantes, cafés, hotéis ou lojas.A
partir de sexta-feira e até dia 08 de outubro, todos os dias às 18h00 há
um concerto com o Toscano/Andrade Quarteto, o TB Jazz Ensemble, o Joana
Pacheco Group ou o Coelho/Fernandez/Cunha Trio.“Este
ano, por exemplo, pode-se encontrar a tocar o grande Ricardo Toscano,
de repente, na biblioteca pública ou numa loja na Rua Direita. Penso que
é um belo contributo. No fundo, é quase como se fosse um festival
dentro do festival”, frisou José Ribeiro Pinto.A
adesão ao Jazz na Rua “tem vindo a subir de ano para ano” e é também
uma forma de desmistificar alguns preconceitos que ainda existem sobre
este estilo musical.“É sempre bom ir
mostrando jazz simples e agradável num café. Ajuda a fazer mais amantes.
As pessoas começam a pensar que o jazz afinal é uma coisa que se houve
bem, que é interessante. Tudo o que se possa fazer ajuda a trazer
público para o jazz”, afirmou o organizador.No
Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, o festival
arranca no dia 06, com a Orquestra AngraJazz, o grupo da casa que “vai,
de ano para ano, melhorando a qualidade” e integrando “jovens músicos”,
que “garantem a continuidade do projeto”.No mesmo dia, sobe ao palco o quinteto do norte-americano Joe Dyson, “uma referência importante na bateria no jazz”.No
dia seguinte, a noite abre com o Pedro Moreira Sax Ensamble, um deceto
português composto por oito saxofonistas, um contrabaixista e um
baterista.“É um projeto maravilhoso, que
tem sido altamente premiado – o disco foi eleito disco do ano – um grupo
notável em Portugal”, sublinhou Ribeiro Pinto.Na mesma noite, atua a jovem cantora nova-iorquina Samara Joy, “uma das grandes sensações do jazz mundial”.O
festival encerra com o quinteto dos irmãos Belmondo, “o melhor grupo de
jazz francês da atualidade”, seguindo-se Guillermo Klein y Los Guachos,
um grupo com 11 músicos liderado pelo pianista e compositor argentino,
que vive há muitos anos em Nova Iorque.