Festivais de verão com medidas extraordinárias devido a constrangimentos no hospital
5 de jul. de 2024, 09:02
— Carolina Moreira
O diretor regional da Saúde, Pedro Paes, revelou que o Governo
Regional decidiu disponibilizar uma resposta extraordinária a quatro
festivais de verão em São Miguel que permita evitar “fluxos anormais” de
pessoas aos serviços de urgência, tendo em conta os atuais
constrangimentos sentidos na sequência do incêndio de 4 de maio no
Hospital de Ponta Delgada.Em declarações ao Açoriano Oriental, Pedro
Paes explica que “o que nós equacionámos para os festivais de verão,
atendendo ao maior aglomerado de pessoas que estamos a prever, foi dar
algum tipo de resposta que servisse como mais uma solução e um alívio ao
sistema de resposta no serviço de saúde que existe atualmente” na ilha.Com
base num sistema de avaliação de risco, a Direção Regional da Saúde
selecionou quatro festivais na ilha de São Miguel - Festival do
Chicharro que já começou na Ribeira Quente, o Bliss Vibes em Vila Franca
do Campo, o RFM Beach Power e o Monte Verde na Ribeira Grande - a quem
disponibilizou, sem qualquer obrigatoriedade, uma equipa de
profissionais de saúde.Pedro Paes justifica a escolha com o facto de
considerar que “eram os que tinham um potencial de risco mais elevado e
para os quais tínhamos capacidade de resposta em termos de recursos
humanos e logísticos”, numa ação realizada em parceria coma Cruz
Vermelha Portuguesa que também estará no local.“Atendendo ao curto
espaço temporal, no festival do Chicharro tivemos alguns
constrangimentos de recursos humanos. Ainda assim, conseguimos garantir
um efetivo de dois enfermeiros e um tripulante de ambulância e socorro
(TAS) que estarão numa estrutura anexa ao posto de saúde da Ribeira
Quente e que vem dar uma resposta concertada com o efetivo dos
bombeiros que o próprio evento já tinha contratualizado”, explica o
diretor regional.Quanto aos restantes três eventos, Pedro Paes
afirma que “ainda estamos numa fase de avaliação”, mas adianta que a
intenção é “aumentar um pouco este efetivo, trazendo também a figura de
um médico que possa dar uma avaliação e uma resposta um pouco mais
diferenciada no local e até aumentar a equipa de enfermeiros, se
necessário, e TAS”.Pedro Paes ressalva, no entanto, que a “resposta
dada no local será uma resposta de primeira linha, uma primeira
avaliação, e para situações de baixa complexidade”. “Todas as soluções
de elevada complexidade, gravidade ou necessidade até de outro tipo de
intervenção continuam a ser referenciadas aos serviços de urgência das
unidades de saúde e do hospital da CUF”, aponta.O diretor regional
destaca que o intuito do Governo é, mais tarde, elaborar “um documento
mais robusto e que permita uma adaptação e disseminação por todo o
território regional” desta resposta, “mediante a aplicação destes
critérios de seleção e enquadramento em escalões de risco”, o que
envolve “recursos humanos e logísticos, por isso tem de ser uma resposta
planeada e enquadrada que tenha algum potencial de aplicação”,
ressalva.