FESAP diz que versão final possibilita descongelamento de carreiras na saúde
OE2018
29 de dez. de 2017, 15:20
— Lusa/AO online
A falta desta garantia foi um dos motivos invocados para a realização da greve do mês passado no setor da saúde.Os
trabalhadores, desde auxiliares a técnicos superiores de diagnósticos e
terapêutica, enfermeiros e assistentes técnicos, que prestam serviço em
hospitais EPE e que têm contrato individual de trabalho, não aceitavam
ficar de fora do processo de descongelamento das carreiras da função
pública.Segundo
o secretário-geral da FESAP, José Abraão, o Governo desbloqueou esta
situação na versão final do Orçamento do Estado para 2018, hoje
publicada em Diário da República.De
acordo com o texto do documento, “aos trabalhadores de pessoas
coletivas de direito público dotadas de independência decorrente da sua
integração nas áreas de regulação, supervisão ou controlo, bem como aos
titulares dos cargos e demais pessoal que, integrando o setor público
empresarial, não se encontre abrangido pelo disposto no artigo 23.º, é
aplicável o disposto nos n.os 1 e 8, com as necessárias adaptações, a
definir no decreto-lei de execução orçamental”.O
artigo 23º indica que ao setor público empresarial é aplicável o
disposto em instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho, quando
existam, “considerando-se repostos os direitos adquiridos na sua
totalidade a partir de 1 de janeiro de 2018”.Já
os números 1 e 8 do artigo 18º referem-se ao processo de
descongelamento de carreiras e progressões que será iniciado na Função
Pública no próximo ano. “Era uma exigência nossa, que estes trabalhadores não ficassem para trás”, disse em declarações à Lusa.O
OE 2018 descongela as progressões na carreira para todos os
funcionários públicos e quem reuniu as condições durante os anos do
congelamento (quem somou dez pontos na avaliação de desempenho entre
2011 e 2017) terá um acréscimo salarial em janeiro.O
acréscimo salarial decorrente do descongelamento das carreiras será
pago em quatro vezes, durante dois anos: os primeiros 25% são pagos em
janeiro de 2018, os segundos em setembro, depois em maio de 2019 e a
última fração em dezembro.Segundo
o Governo, cerca de 80% dos funcionários públicos terão direito a
progredir na carreira no próximo ano, estando prevista no OE2018 uma
despesa líquida de 211 milhões de euros com a medida.Nas
carreiras cuja progressão depende sobretudo da contagem do tempo, como é
o caso dos professores, o Governo vai negociar o processo de
descongelamento com os representantes dos trabalhadores.Também as promoções, nomeações ou graduações serão descongeladas em 2018, incluindo as que dependem da abertura de concursos.Outra
medida que terá impacto no rendimento dos trabalhadores da
administração pública é a reposição do regime de pagamento do trabalho
extraordinário que está previsto na Lei Geral do Trabalho em Funções
Públicas.