Ferro transmitiu a PR que data de eleições “não seria irrelevante” para "situação interna de alguns partidos"
OE/Crise
2 de nov. de 2021, 17:56
— Lusa/AO Online
Na
súmula da conferência de líderes realizada em 28 de outubro - um dia
depois do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado - e hoje divulgada, relata-se
que Ferro Rodrigues transmitiu ao Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, o resultado das suas audiências com os vários partidos
com assento parlamentar, dois dias antes.Dessas
reuniões, refere o presidente da Assembleia da República, resultaram
“posições distintas relativamente às consequências da não aprovação do
OE, manifestando os partidos da direita e o grupo parlamentar do PS
preferência pela marcação de eleições o mais rapidamente possível após
dissolução e defendendo os partidos da esquerda que a não aprovação do
OE não devia conduzir necessariamente à dissolução, considerando
existirem outras soluções”. “Não obstante
terem estas posições sido avançadas ao PR, os partidos políticos com
assento parlamentar teriam oportunidade de expressar individualmente as
suas posições – acrescentando que a decisão sobre a dissolução seja do
PR e pareça estar já tomada”, refere ainda o texto.Na
súmula, relata-se ainda que Ferro Rodrigues “frisou que, em qualquer
dos casos, a data em que viessem a ser marcadas as eleições, em final de
janeiro ou início de fevereiro, não seria irrelevante, tendo em conta
as situações internas de alguns partidos, conforme os mesmos dariam
certamente conta ao Presidente da República”.No
sábado, após as audiências em Belém, a data de 16 de janeiro foi a que
reuniu mais consenso entre os nove partidos com assento parlamentar
ouvidos, sendo referida por sete das nove forças políticas com
representação parlamentar, incluindo PS e PSD.Mesmo
o PAN, que foi o único a não expressar preferência por um domingo
concreto, admitiu esta data no calendário lato que apontou - segunda
quinzena de janeiro ou primeira quinzena de fevereiro - e apenas o
Iniciativa Liberal destoou, defendendo que não há condições para se
realizarem legislativas antes de 30 de janeiro.O
PSD tem eleições internas marcadas para 04 de dezembro, e os dois
candidatos até agora anunciados - o atual presidente Rui Rio e o
eurodeputado Paulo Rangel - defendem calendários distintos: Rio defendeu
em Belém legislativas em 09 ou 16 de janeiro e Rangel afirmou, em
conferência de imprensa, ter preferência por 20 ou 27 de fevereiro.Na
sexta-feira, num Conselho Nacional polémico e que já levou a várias
desfiliações, o CDS-PP aprovou o adiamento do seu Congresso eletivo para
depois das legislativas - inicialmente marcado para o final de novembro
-, quando já estavam anunciados como candidatos o atual presidente,
Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado Nuno Melo.O Presidente da República já disse que falaria ao país na quinta-feira, depois de reunir o Conselho de Estado, um dia antes.Em
declarações aos jornalistas, hoje, Marcelo Rebelo de Sousa distinguiu
dois momentos: a questão da dissolução, que "fica fechada" na
quarta-feira com a audição do Conselho de Estado, e a data de
legislativas antecipadas, que irá ponderar "no dia seguinte"."Estamos
ainda na fase da primeira escolha, da primeira decisão. Depois haverá
24 horas até eu falar ao país ao começo da noite de quinta-feira, e aí
vou juntar as duas questões: a questão dissolução sim ou não; se sim,
qual é a data das eleições", declarou.Questionado
se ainda há a possibilidade de não dissolver o parlamento, o chefe de
Estado respondeu: "Eu vou ouvir a opinião do Conselho de Estado e só
depois disso é que tomo a decisão formal nessa matéria. E, se for caso
de ser dissolução, escolho uma data para eleições".