Ferro Rodrigues convoca deputados únicos para conferência de líderes sobre agendamentos
27 de jan. de 2020, 13:00
— Lusa/AO Online
De
acordo com uma circular a que agência Lusa teve hoje acesso - datada de
sexta-feira -, os deputados únicos representantes de um partido foram
também convocados pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo
Ferro Rodrigues, para a conferência de líderes parlamentares de
quinta-feira, que tem os agendamentos como "ponto único".Nas
alterações ao regimento da Assembleia da República, aprovadas no final
do ano passado, os deputados únicos mantiveram-se sem assento na
conferência de líderes, apesar da polémica e de o terem proposto, tendo
conseguido aumentar os seus tempos e direitos de intervenção nos debates
em plenário.Contactada pela agência Lusa,
fonte oficial do gabinete de Ferro Rodrigues explicou o entendimento de
que "sempre que a conferência de líderes se debruçar apenas sobre
agendamentos, o presidente da Assembleia da República convoca também os
deputados únicos".Durante a discussão das
alterações ao regimento, PS, PSD e PCP recusaram que os deputados únicos
tivessem assento na conferência de líderes, dado que não são grupos
parlamentares, e também rejeitaram a proposta do BE de conceder o
estatuto de observador, a exemplo do que aconteceu com o PAN na
legislatura anterior (2015-19).Ainda
assim, foi introduzida uma alteração para que o presidente da Assembleia
da República oiça os deputados únicos sempre que "entenda útil" e
quanto ao exercício de direitos regimentais, como a marcação de debates.Com
a aprovação destas alterações foi cumprido o pedido de Ferro Rodrigues,
feito em novembro, para que a questão dos tempos e direitos dos
deputados únicos ficassem definidos até final do ano.O
tema esteve envolvido em polémica desde o início da legislatura, em
finais de outubro, com a entrada de três deputados únicos (da Iniciativa
Liberal, Livre e Chega), que se queixaram do pouco tempo que tinham
para discursar e intervir no parlamento.Foi
decidida uma alteração ao regimento da Assembleia que, numa primeira
fase, tratou dos direitos dos deputados únicos representantes de um
partido (DURP), ficando para o início deste ano as decisões sobre outros
temas, como por exemplo, os votos apresentados a votação, que se
multiplicaram nas últimas sessões.