Fernando Pimenta tem “muito para dar” e aponta a novas conquistas
Tóquio2020
4 de ago. de 2021, 13:50
— Lusa/AO Online
“O
meu combustível é a ambição de não estar satisfeito. Claro que fiquei
contente com esta medalha de bronze, era algo que já andava à procura e a
trabalhar para isso. Conseguir atingir este pódio é um marco
importante. Acho que tenho ainda muito para dar ao desporto nacional e
sinto-me capaz de continuar, nos próximos anos, a conquistar resultados e
medalhas para Portugal”, afirmou, no aeroporto de Lisboa.O
limiano de 31 anos, foi recebido no aeroporto de Lisboa por alguns
amigos, antes de efetuar nova viagem rumo ao Porto, onde espera abraçar a
sua família e descansar um pouco, após um dia “extremamente cansativo”,
em que “não deu para rever a regata”.“Só
hoje é que me apercebi o quão perto fiquei da prata. Acho que ainda não
estou um bocado dentro da realidade, a sentir o peso da medalha. Não
estou a tomar muito bem a consciência deste momento, de ter duas
medalhas olímpicas. Na história já estava, através do currículo que
tenho vindo a apresentar. Em termos de currículo olímpico, acho que
ainda posso acrescentar alguma coisa”, sublinhou o canoísta luso.Fernando
Pimenta, que se tinha sagrado vice-campeão olímpico em Londres2012, em
K2 1.000 metros, ao lado de Emanuel Silva, terminou a prova de K1 1.000
metros de Tóquio2020 em 3.22,478 minutos, atrás dos húngaros Balint
Kopasz, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431).“O
meu colega russo [Roman Anoshkin], que no Rio2016 ficou em terceiro,
ficou fora das semifinais. O Josef Dostal [da República Checa], que tem
sido um atleta regular no pódio, ficou em quinto lugar. Acho que trouxe à
tona o que tinha dito no início, de que ia ser uma competição de
bastantes nervos para muitos atletas. Ia vencer quem fosse mais rápido e
conseguisse estar mais focado na competição”, disse Fernando Pimenta.O
limiano viajou de Tóquio para Paris, cidade que vai acolher a próxima
edição dos Jogos Olímpicos, em 2024, onde fez escala até à capital
portuguesa, sendo essa competição o seu plano “a longo prazo”,
focando-se primeiro no campeonato do Mundo que se vai realizar de 16 a
19 de setembro, em Copenhaga, na Dinamarca.“Se
sou o atleta que sou hoje, é porque tenho objetivos a curto, médio e
longo prazo. Com o campeonato do Mundo, tenho de manter o trabalho de
forma regrada até lá. Até ao final desta semana, o treinador já me disse
que me dava um bocadinho de ‘rédea solta’, não de descanso completo,
pois o corpo tem de continuar em movimento, mas de forma mais tranquila,
sem a pressão de bater tempos”, revelou.O
atleta, que representa o Benfica, espera que esta medalha seja “um
motivo de orgulho” para a sua filha no futuro, procurando “criar nos
mais novos o incentivo de procurarem superar-se e terem objetivos de
vida”, para “encontrarem o seu caminho”.“Temos
de afirmar que Portugal pode vir a ser potência no desporto, e não só.
Basta haver um pouco mais de incentivos e apoios para que não se percam
tantos atletas no início das suas carreiras, terem objetivos e lutarem
por eles, de não desistirem, de não ouvirem aquelas pessoas pautadas
pelo insucesso e que dizem que não vamos conseguir, que vai ser
impossível. O impossível está na nossa cabeça”, expressou.Com
três medalhas conquistadas em Tóquio2020, uma vez que o judoca Jorge
Fonseca alcançou a de bronze na categoria de -100 kg e Patrícia Mamona
arrebatou a de prata no triplo salto, Portugal já igualou o melhor
pecúlio em Jogos Olímpicos, reeditando as três subidas ao pódio de Los
Angeles1984 e Atenas2004.Portugal
passou a contar 27 medalhas em Jogos Olímpicos (quatro de ouro, nove de
prata e 14 de bronze), duas das quais na canoagem, ambas com a
participação de Fernando Pimenta, que integra agora o restrito grupo de
atletas lusos com dois pódios no maior evento desportivo mundial,
juntamente com os atletas Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro e o
cavaleiro Luís Mena e Silva.